Nesse rio sem regresso há um homem, uma mulher e um rapazinho. Quantas vezes a mulher não cantou para o rapazinho adormecer e bebeu o café que o homem lhe ofereceu, quantas vezes não passaram por essas águas agitadas e chegaram a um lugar, e quantas vezes não vestiu a mulher o casaco do homem e nesse casaco se voltou para trás antes de entrar no bar de onde o homem sempre a foi buscar. E começam tudo de novo, o canto para adormecer, o café nessa noite, a passagem pelas águas tempestuosas, a chegada, o bar. No meu rio sem regresso, sempre paralelo a esse, onde eu sempre me imagino, há também o canto na noite e a passagem por rápidos em cascata. E o lugar, esse lugar da chegada é sempre uma noite lunar, nessas montanhas intemporais, onde a luz muito branca destaca as linhas rochosas.
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