A população e o espaço urbano
Introdução
Na zona rural a paisagem é mais ou menos marcada pelos elementos do meio
natural: a influência do solo, do clima, da declividade do relevo, a presença de
água e vegetação. A população vive dispersa em pequenos sítios. No meio urbano a
população se concentra num espaço totalmente humanizado e dedica-se às
atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços.
- A produção da cidade moderna
As cidades industriais do século XIX
A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, originou profundas
alterações na forma e na função da cidade. A indústria se multiplicava nos
países europeus e nos Estados Unidos, onde vivia grande parte dos
trabalhadores urbanos. As lojas se instalavam nas ruas mais movimentadas, a
fim de atrair um número cada vez maior de consumidores. As residências
passaram a ser construídas de modo caótico, nos poucos espaços que sobravam
entre as fábricas e rodovias, não haviam espaços para o lazer e o ar era muito
poluído devido ao carvão utilizado nas indústrias. O nascimento da indústria
originou cidades insalubres, isto é, pouco saudáveis, marcadas pela
aglomeração dos pobres em pequenos quartos de cortiços, a população não tinha
acesso à água tratada e nem rede de esgotos.
A cidade no século XX e o planejamento urbano
As pesquisas e projetos nessa área se avolumaram e constituíram uma área de
estudo, o urbanismo. As primeiras iniciativas resultaram em bairros
residenciais dotados de excelente infra-estrutura arborizados e ajardinados.
As cidades planejadas deveriam Ter largas avenidas e um sistema viário
eficiente, permitindo o trânsito rápido. A cidade de Brasília é o exemplo mais
completo e bem acabado desse tipo de planejamento, que também foi adotado na
implantação de cidades dos Estados Unidos. França, Inglaterra, Israel e Japão.
- As interações urbanas contemporâneas
Formadas por um conjunto hierarquizado de cidades com tamanhos diferentes,
onde se observa a influência exercida pelos centros maiores sobre os menores.
A hierarquia urbana se estabelece a partir dos produtos e dos serviços que as
cidades tem para oferecer. Nos países desenvolvidos, as redes urbanas são mais
bem estruturadas.
As ricas metrópoles contemporâneas
As metrópoles correspondem a centros urbanos de grande porte: populosos,
modernos e dotados de graves problemas de desigualdades sociais. A
concentração populacional amplia a oferta de mão-de-obra e, desse modo, atrai
investimentos produtivos que contribuem para o desenvolvimento da indústria. A
metrópole lidera a rede urbana à qual está interligada e exerce uma forte
influência sobre as cidades de menor porte, podendo transformar-se num pólo
regional, nacional ou mundial.
Conurbações: as cidades se aproximam
Quando os limites físicos das cidades estão muitos próximos, formam-se
conurbações. Vista do alto, a conurbação tem o aspecto de uma grande mancha
urbana, ou seja, um conjunto de espaços urbanizados que engloba mais de uma
cidade.
Nas megalópoles, o retrato da modernidade
A megalópole não é uma mega-metrópole, mas uma conurbação de metrópoles,
nelas as regiões rurais estão quase ausentes.
- Os principais problemas urbanos atuais
Um dos mais graves problemas é a habitação. Como os imóveis mais baratos em
geral são os mais distantes do centro da cidade, a população passa a morar
cada vez mais longe do local de trabalho. Em conseqüência disso a população
por não ter um transporte coletivo digno vai trabalhar com seus próprios
automóveis causando muito trânsito, poluição do ar, poluição sonora e até
mesmo dos rios.
- A urbanização mundial
Os países mais desenvolvidos
No século XIX, a urbanização foi mais intensa nos países que realizaram a
Revolução Industrial e que constituem hoje países desenvolvidos. A partir do
século XX, o ritmo de urbanização diminuiu nesses países. No pós-guerra, a
concentração humana e a elevação do poder aquisitivo das populações dos países
mais desenvolvidos produziram um grande aumento do consumo de bens e serviços,
que favoreceu a expansão do setor terciário da economia. Com o desenvolvimento
da tecnologia industrial , a produtividade aumentou e as necessidades de
mão-de-obra se reduziram. Parte da população ativa no setor secundário foi
para o setor. Depois de 1980 os setor terciário e a prestação de serviços
aderiram aos avanços tecnológicos da informática.
Os países subdesenvolvidos
O século XX se caracterizou pela urbanização dos países subdesenvolvidos. O
ritmo se acelerou a partir de 1950, devido ao aumento das taxas de crescimento
populacional. A industrialização, formaram-se grandes cidades, com maior
disponibilidade de emprego, conforto e ascensão social. A industrialização
adotou um padrão tecnológicos muito mais moderno do que o utilizado pelas
indústrias do século XIX, o que resultou na criação de menos empregos. Nessas
cidades existe o setor terciário informal – aquelas atividades não
regulamentadas, como a dos camelôs e biscateiros – cresce mais que o formal. A
maior parte da população ainda vive na zona rural.
A urbanização na África
Na África a maior parte da população vive na zona rural, pois as atividades
agrárias predominam na estrutura econômica de quase todos os países do
continente. Os países da África são os que apresentam as taxas de urbanização
mais elevadas entre os países menos desenvolvidos. Seus habitantes possuem uma
renda anual inferior a 370 dólares. A urbanização africana ocorreu quando
houve um grande aumento do consumo mundial de matérias-primas, combustíveis
fósseis e produtos agrícolas.
A urbanização na Ásia
A Ásia, é o continente mais populoso do mundo, não tem uma tradição urbana.
A população ainda é predominantemente rural. Vivem com uma renda como a dos
africanos, inferior a 370 dólares por ano. A urbanização ocorreu com a oferta
de trabalho das indústrias dos tigres asiáticos.
- A globalização da cidade
Com a globalização, surgem as metrópoles mundiais e tecnopolos. É nessas
metrópoles que se concentram grandes capitais, profissionais qualificados e
tecnologia. O papel de metrópole mundial adquiriu tamanha importância na
atualidade que passou a ser a meta perseguida por muitas cidades desenvolvidas.
Os tecnopolos, por sua vez correspondem a centros urbanos que abrigam
importantes universidades, instituições de pesquisa e os principais complexos
industriais, onde se desenvolvem tecnologias avançadas e pesquisas científicas.
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