O
aeromodelismo
VCC
Aqui, falarei algo sobre o que é o aeromodelismo na prática, como é a vida de aeromodelista, o que acontece na pista, etc. Se você é aeromodelista, achará aqui alguma coisa em comum a você, se você não é, descobrirá como é o mundo de um aeromodelista.
O que é aeromodelismo VCC?
VCC ou R/C?
Modalidades VCC
Na pista
Caixa de campo
Como começar
Motor
Avião
Um pouco sobre mim
Aeromodelismo VCC (Vôo Circular Controlado, também é chamado de U-control e Control-Line) é uma categoria do aeromodelismo na qual o piloto está ligado fisicamente ao avião por meio de cabos. O sistema de controle se baseia no movimento do profundor (para cima ou para baixo), o que faz com que o avião suba ou desça, se você puxar um dos cabos, você move o balancim, e este, move um arame rígido ("push-rod"), que empurra ou puxa o "horn" (uma espécie de pino perpendicular ao profundor e que está preso nele, é onde você prende o arame), fazendo com que o profundor se mova.
O VCC
era, antigamente, a categoria mais praticada, mas hoje em dia,
já não tem tantos adeptos como antes. O radio-controle é mais
procurado hoje em dia, porque quando as pessoas vêm um
aeromodelo para VCC voando, elas acham chato, acham que é muito
fácil, ao contrário do que elas acham do R/C (rádio-controle).
O VCC, além de ser mais barato, é mais fácil para os
iniciantes, no R/C você (na maioria das vezes) tem que pagar
para aprender a pilotar, o clube é longe do centro da cidade.
Pousar o avião nos primeiros vôos é muito difícil, tem gente
que demora meses para aprender, você precisa tomar cuidado com
uma infinidade de coisas, por exemplo: as baterias do receptor
(checar carga), as baterias do rádio, os sistemas de controle
(no VCC também), tem que tomar muito cuidado com o vento, com a
quantidade de combustível (se o combustível acabar em vôo, o
pouso torna-se dificílimo), e, além de tudo isso, torçer para
nenhum desavisado ligar o rádio dele na sua frequência (se isso
acontecer, é chão na certa).
Com 150 reais você monta e voa um avião VCC, já no caso do
R/C, você gasta em torno de 600/700 reais, ou seja, a diferença
é grande.
Eu, sinceramente, prefiro o VCC (mas também adoro R/C), no
começo é fácil, mas, com o tempo, as coisas vão ficando
difíceis, acrobacias, regulagem perfeita para o motor (a
regulagem é fixa, não pode ser alterada durante o vôo), o
aperfeiçoamento na modalidade escolhida, etc.
Muita gente acha que para praticar R/C é necessário antes,
praticar VCC. Isto está errado, uma coisa não tem nada a ver
com a outra, a única semelhança que existe é a hélice, e as
rodinhas, o resto, é completamente diferente. Veja uma pequena
lista:
O sistema de controle é completamente diferente.
O motor é diferente quanto ao carburador.
O tanque é diferente (mas o tanque R/C também é muito utilizado no VCC)
A estrutura do avião é diferente, no VCC não há ailerons, não existe bancada de servos e receptor e o avião pode ser perfilado, o que raramente acontece no R/C.
As características de vôo e as técnicas são completamente diferentes, quem sabe pilotar R/C não sabe pilotar VCC ou vice-versa
Bem,
pelo que se pode ver, as categorias são completamente
diferentes, escolher entre elas não é fácil, cada um tem seu
gosto, seu estilo.
Leia os tópicos a seguir e veja se você se identifica mais com
o VCC ou com o R/C.
F2A - Speed ou velocidade: O speed é uma modalidade do VCC que consiste em atingir velocidades elevadas, os modelos podem chegar a 300 km/h, o avião é pequeno, tem uma asa só (bem comprida e fina), hélice com uma só pá (monopá) e um só estabilizador. Seu corpo é altamente aerodinâmico, tem só o tamanho sufuciente para abrigar o motor (0,15cc).
F2B - Acrobacia: Na acrobacia, o piloto deve executar uma sequência de manobras específica (ver gama), os aviões são grandes, têm aproximadamente 1,50m de envergadura de asa, os motores usados vão de 0,40 a 0,60cc em média nesta modalidade o que mais conta é a precisão de comandos do piloto. Exite além da acrobacia FAI F2B, as categorias promocionais, que são (em ordem de dificuldade): Mini-FAI (gama igual à da FAI, só que sem manobras quadradas), acrobacia intermediários (não me lembro da gama) e acrobacia iniciantes ("wingover" e "loop"). Existe também a categoria Aberto, que foi criada para acabar com hegemonia dos pilotos profissionais na categoria FAI, no aberto disputam os melhores pilotos do Brasil.
F2C -
Team Race ou Corrida em conjunto: É como uma
fórmula 1 de aeromodelos,
O mecânico é a peça mais importante da equipe, ele é
responsável por: um rápido abastecimento, partida idem, boa
regulagem do motor, sinalizar ao piloto a hora de cortar o motor
(no team race e no speed há um sistema para desligar o motor em
vôo)
etc. O piloto deve decolar o avião rapidamente, ultrapassar os
outros pilotos seguramente, ouvir o sinal do mecânico e desligar
o motor na hora certa, levar o avião até as mãos do mecânico
(os mecânicos ficam em lugares fixos), etc. Os modelos atingem
150/200 km/h. Voam de 2 a 4 pilotos de uma só vez.
F2D - Combate: No combate, 2 pilotos voam ao mesmo tempo, o avião não tem corpo, é só uma asa, o corpo fica imbutido na asa e só os montantes do motor ficam para fora. É amarrado na cauda do avião uma fita de 1,50 a 2,00m (não me lembro bem disso), que é feita de papel crepom com uma costura de sisal passando pelo centro. As asas voam numa velocidade boa (120 a 140 km/h) fazendo acrobacias radicais, o objetivo é cortar a fita do adversário o máximo de vezes o possível (o que vale é o número de cortes, ou seja, vale mais ficar picotando a fita do adversário do que cortá-la pela raiz).
Se você for um
candidato a iniciante, ao chegar numa pista, você deve tentar
conversar com algum dos aeromodelistas que estão nela. Pergunte
como funciona, como começar, ou seja, tente puxar papo, ele
provavelmente irá lhe indicar uma loja onde você possa comprar
o que você precisa para começar.
Na pista, os mais experientes ensinam técnicas, truques e
manobras para os iniciantes, geralmente, você aprende as
manobras básicas com um instrutor, que pode ser qualquer um que
saiba fazer tal manobra, estas manobras são: o loop, que
consiste num círculo formado pelo caminho percorrido pelo avião
e o dorso (vôo invertido), que consite no avião voar de cabeça
para baixo.
Os aeromodelistas costumam ir à pista nos finais de semana,
feriados, dias de folga, e nas férias. Quando vou à pista, fico
o dia inteiro, você esquece que existe segunda-feira quando
está no clube, qualquer hobby ajuda a combater o stress, o
aeromodelista, ajuda a unir pai e filho(s), a família vai junta
para o clube (as mulheres vão de vez em quando).
Enfim, a pista é um lugar onde além de voar, os aeromodelistas
trocam idéias, técnicas, truques e, o mais importante de tudo,
amizade.
Na caixa de campo, o aeromodelista leva:
Tornar-se um aeromodelista não é
tão difícil quanto parece, nem tampouco é um hobby-esporte
caro. Como dito anteriormente, com 150 reais (avião pronto +
motor) você pode se tornar um, se você quiser saber onde
comprar o que você precisa sem gastar 300 reais para começar
mande um e-mail para mim e eu te passo as lojas.
Se você já comprou o que é necessário (inclusive itens da caixa de campo) vá a um clube, lá, ao chegar com seu
avião e sua caixa, você deve deixar seu avião num box
(marcação no chão delimitadora de espaço para guardar avião
e caixa, os boxes ficam ao redor da pista), estique seu cabo e
prenda ele ao avião. Feito isso, espere sua vez de voar,
enquanto ela não chega, se apresente aos outros aeromodelistas
no clube, eles irão lhe dizer o que fazer para se filiar ao
clube e à A.B.A)
diga a eles como você montou seu avião, onde você comprou seus
materiais, para puxar conversa, depois, peça para algum deles
lhe ensinar a voar.
O que se dispuser a fazê-lo irá com você até o centro da pista para lhe explicar os comandos, o que fazer para decolar, etc. (obs: ligue você mesmo seu avião, não espere que alguém irá ligá-lo para você sem que você peça) vá até o avião, peça para alguém segurá-lo para você, ponha a bateria na vela e começe a dar a partida (alguém irá lhe explicar no clube) depois que o motor funcionar, tire cuidadosamente a bateria (para não cortar um pedaço do seu dedo fora) e gire a agulha do carburador do motor para obter a regulagem ideal, no começo, você irá voar com o motor afogado, para assegurar um vôo lento.
Com o passar do tempo, você irá acelerar o motor para fazer acrobacias, etc. Após feito isso, vá ao centro com seu instrutor, você irá segurar o manete (peça de madeira ou plástico aonde os cabos estão presos para você segurar o avião) e o instrutor irá segurar no manete também, só que sobre a sua mão. Depois disso, você testa os comandos para ver se eles estão funcionando e dá o sinal para quem está segurando o avião soltá-lo. O instrutor irá decolar com você e estabilizar o avião, vocês irão dar umas 20, 30 voltas juntos, após isso, o instrutor irá soltar um pouco a sua mão, para você começar a se acostumar com o vôo solitário, você irá fazer isso durante alguns vôos (eu fiz 3 vôos com instrutor, a maioria das pessoas não voam mais que isso, mas sempre há alguns que fazem até 10 vôos assim).
Após largar de vez os instrutores você irá ficar de 2 a 4 semanas voando nivelado (sem fazer acrobacias), depois disso, você irá fazer os wingovers (manobra em que o avião por cima da cabeça do piloto), depois vêem os "loops" (ver gama), o dorso, os oitos cubanos, "loops" invertidos, etc.
O motor mais utilizado é o 2 tempos, poucos aeromodelistas de VCC utilizam motores 4 tempos, o motor é abastecido com uma mistura de metanol e óleo (rícino ou sintético) e outros aditivos (nitrometano, acetona, etc.). A cilindrada do motor para VCC varia entre 0.049 e 0.60 polegadas cúbicas (cu.in) (existem motores maiores, mas raramente são usados no VCC). Os motores 0.049cu.in são mais utilizados nos EUA em pequenos aviões treinadores. Os motores 0.25 são os mais utilizados no Brasil, abrangem uma grande fatia dos aviões para VCC, se você for a uma pista, você não conta nos dedos quantos aviões 0.25cu.in estão lá. Os motores 0.35 e 0.40 cu.in são mais utilizados em aviões para acrobacia intermediária, Mini-FAI e alguns modelos FAI. Os motores 0.51 e 0.60cu.in são os utilizados na acrobacia FAI F2B (embora os grandes campeões de antigamente usassem motores 0.35cu.in e ganhassem dos que hoje estão no topo do ranking). Existem também os motores diesel que utilizam uma mistura de óleo de rícino, éter e querosene; eles eram utilizados antigamente, hoje são mais utilizados no Team Race F2C.
O avião é feito de madeira balsa e compensado. A balsa (madeira leve) é empregada no corpo, leme, profundor, nas nervuras da asa e nos chapeados do avião. O compensado é colado à balsa no "nariz" do avião, para dar um reforço estrutural no corpo. Para parafusar o motor existem dois montantes de marfim, que ficam no sanduíche balsa-compensado.
A asa do avião é semi-oca, não é um bloco sólido (exeto os aviões de isopor) para aliviar peso. É feita de nervuras ligadas por 2 ou mais longarinas, um bordo de ataque e um bordo de fuga.
Os comandos do avião são feitos através do movivento de um balancim (que é movimentando pelos cabos), que move um arame (push-rod) e que por fim, move o profundor, para cima ou para baixo, fazendo o nariz do avião apontar para cima ou para baixo. Nos aviões acrobáticos, além do profundor, são instalados "flaps" ao bordo de fuga do avião, que movimentam-se inversamente ao profundor.
Meu nome é Gustavo Gaspar Campanhã, tenho 14 anos, comecei a voar no final de novembro em 1997, estou atualmente (hoje é dia 11/3/99) na categoria Mini-Fai de acrobacia e fui campeão paulista na categoria Inciantes em 1998. Neste domingo (14/3/99) será realizada a primeira prova do campeonato paulista de VCC, tomara que eu faça bons vôos e consiga uma boa colocação!
Pretendo me tornar m piloto de acrobacia FAI e este ano, no campeonato brasileiro, já entrar na categoria FAI F2B.
Tenho um Nobler modificado (ver fotos), 2 Shoestring Stunter (um é do meu pai), 1 Promo , 1 kit do Cheyenne .51. e 1 kit do Nobler Jr.
Texto por: Gustavo Gaspar Campanhã