Introdução
A descoberta de que existem movimentos tangenciais da litosfera do globo terrestre, melhor dizendo, que toda a superfície da Terra se movimenta tangencialmente ao globo, torna mais fácil entender como se formam atualmente, e se formaram no passado as bacias e as montanhas da superfície do planeta. Entretanto isto exige uma revisão no conhecimento que se tem sobre a estrutura do planeta, pois, como posto pelas teorias geofísicas mais antigas, não há explicação possível para os fenômenos mencionados. O interior da Terra foi pesquisado no princípio do século passado, e foi calcado no estudo da variação de velocidade das ondas sísmicas resultantes dos abalos sísmicos ou terremotos.
Além de não ser um instrumento adequado para fazer a análise, havia o fato de os instrumentos daquele tempo serem muito rudimentares e por isso de funcionamento precário. De fato, já existia anteriormente uma idéia sobre a estrutura do planeta, advogada por cientistas de alto gabarito daquele tempo e as investigações feitas com os instrumentos geofísicos teve o papél apenas de confirmá-las, um caso comum dentro do plano científico.
A estrutura da Terra como posta atualmente, torna impossível a explicação em conjunto das montanhas e bacias, da geografia, das correlações laterais tanto paleontológicas como estruturais, de vulcões e abalos sísmicos e de vários outros fenômenos geológicos descobertos recentemente.
Cada um desses fenômenos tem de ser explicado por teorias particulares, pontuais, solitárias, e por isso se tornaram complicadas e contraditórias no conjunto.
Os geofísicos estudavam as ondas sísmicas para determinar a estrutura da Terra. Os geólogos queimavam as pestanas para saber como se formavam as montanhas e bacias. Os paleontólogos estudavam a fundo para colocar em ordem cronológicas os fósseis achados ao mesmo tempo que tentavam também datar os diversos eventos geológicos a partir desse dados. Existem pessoas tentando determinar como os dinossauros desapareceram, outros inventaram as chamadas idades glaciais etc etc cada um tentando esclarecer um fenômeno particular.
Se cada ciência é independente, se cada uma tem uma pronta resposta para o seu próprio problema particular sem nada ter a ver com sua vizinha, teremos milhares de ciências e milhares de soluções, naturamente e mutuamente conflitantes e sem nada resolver. Ora, se tivermos em conta que os diversos ramos científicos são partes secundárias do mesmo problema maior, o problema geológico, esses diversos ramos científicos se tornam contraditórios, inverossímeis e errados.
Façamos um novo raciocínio. Se, ao contrário, cada ciência for auto-sufuciente e tem uma resposta particular para o seu próprio problema como atualmente acontece, a natureza é que está errada e incoerente, uma conclusão completamente absurda. O raciocínio contrário é a outra possibilidade: O trabalho da natureza é coerente e os humanos é que estão errados e ainda não acertaram com uma teoria global, inteiriça, completa e total que a explique porque estão trilhando a pista errada de que há uma ciência básica, a matemática. A evidência do que estamos a afirmar vem da observação de que os nomes mais importantes neste campo das ciências, inclusive os da atualidade, não conseguem o objetivo e se perdem em teorias complicadas até para eles mesmos.
Sinteticamente, há necessidade de todos os fenômenos serem explicados dentro de uma só teoria, uma teoria global, sem contradições. A teoria Geofísica é contraditória com os fatos observados atualmente.
A descoberta da existência dos movimentos tangenciais da crosta terrestre, facilitou a compreensão disso tudo, mas há que ser mudada a base do raciocínio global. A Terra não é sólida como ensina a Geofísica. A Terra é basicamente fluida como ensina a Geologia.
A suposição de que a Terra tem uma base sólida apareceu no início do século passado a partir do estudo da propagação e comportamento das velocidades das ondas sísmicas (ver a primeira ilustração nas figuras abaixo), de onde surgiram muitas especulações sobre o material de que seriam formadas as camadas concêntricas do planeta (segunda figura). Por serem longas e tediosas deixamos ao leitor uma referência que resume diversos trabalhos e autores. (The New Encyclopaedia Britannica. V. 17, pg 620 e seguintes. Encyclopaedia Britannica Inc. The University of Chicago. 15a Edition - 1987)
A Terra, segundo essas teorias, teria a seguinte estrutura:
Fosse assim teríamos uma Terra bem comportada, formada de anéis concêntricos, rígida, uma só geografia e a impossibilidade de explicar como se formaram as bacias de sedimentação e explicar como milagre a existência das estruturas mais intrigantes, como as montanhas, os terremotos e os vulcões. Absolutamente impossível explicar a existência da Bacia do Recôncavo, o falhamento que a limita a leste, a mistura dos fósseis lá existente. A vida e o petróleo em uma estrutura dessas, não tem existência possível, nem mesmo por milagre.
O globo em anéis concêntricos é um modelo que justifica a existência da Geofísica solitariamente, ou, o que é a mesma coisa, é o resultado do conhecimento pontual ou ciência fragmentada. É ainda uma verdade oficial e nela se acredita até hoje, mas é também um erro grave que precisa ser corrigido pois a correção é importante para a economia especialmente na exploração de petróleo e conservação do meio ambiente. Os fatos conhecidos, implicam na movimentação dos continentes africano e sul americano de uma determinada posição geográfica antiga (paleogeografia), para a atual posição, após percorrer milhares de kilômetros, implicando isso na movimentação dessas massas continentais, sugerindo a existência de pelo menos duas geografias.
Se os continentes (obviamente sólidos!) se moveram, não podem tê-lo feito sobre uma base sólida, como afirmam as teorias geofísicas. Não há mecanismo possível para isto. As teorias ficam contraditórias e tangenciam o terreno do absurdo.
As teorias geofísicas surgiram com o aparecimento dos sismógrafos em 1880, invenção imaginada para decifrar a origem dos terremotos, coisa que não aconteceu, isto é, sem que houvesse qualquer sucesso. Em seguida, entre 1906-1912 foram usados para pesquisar o interior da Terra, quando surgiram os erros da estrutura sólida do globo e posteriormente foram adaptados para pesquisar petróleo quando novos e outros erros foram cometidos: supunha-se que o petróleo ocorria em estruturas altas, e como só a sísmica podia ver dentro da subsuperfície, passou-se a usar a sísmica para determinar as estruturas. Muitas perfurações foram feitas guiadas por este processo e várias delas descobriram petróleo o que justificou o prosseguimento do uso do método geofísico. Ledo engano. O petróleo aparecia porque é abundante na subsuperfície de qualquer bacia sedimentar, não porque ocorra em estruturas, altos ou baixos, e que a sísmica possa determinar essas qualidades da rocha.
De lá para cá, com o advento da era da informática e dos computadores, tais instrumentos melhoraram muito e hoje são sofisticados ao extremo, sem que tenham uma aplicação maior do que tinham antigamente: constatar terremotos depois de acontecidos.
Tanto na pesquisa de petróleo como na investigação da origem dos terremotos, a sísmica não tem aplicação, como pode ser observado nos resultados da pesquisa obtidos na exploração da Bacia do Recôncavo. Para pesquisar o interior da Terra, seus resultados são ainda piores.
Para que a economia na exploração de petróleo tenha altos índices de aproveitamento, é necessário compreender com clareza a exata mecânica do processo geológico que levou ao aparecimento da atual geografia. Em outras palavras, caso a locação de um poço pioneiro seja uma conseqüência do raciocínio de como é a Terra no seu interior e de como funciona a sua estrutura interna, os resultados das perfurações, serão muito mais produtivos, baratos e de alta rentabilidade (Índice de sucesso, ainda sem comprovação, entre 90 e 95% das sondagens). Caso contrário o petróleo achado é produto da sorte e da fortuna, exatamente onde nasceu o mito de que a exploração do petróleo é cara e difícil (Índice de sucesso, 12 a 15%, comprovadamente). É necessário conhecer a estrutura da Terra e a mecânica dessa estrutura (que é diferente da ortodoxa), para alcançar aquele estágio de exploração. Vejamos por partes.
A Terra.
Sob o ponto de vista humano, a Terra é o planeta mais importante do sistema solar. Pode-se dizer que, ainda hoje, ela continua desconhecida, tendo como evidência da afirmativa a grande quantidade de lendas que existem sobre ela (como por exemplo os ensinamentos religiosos) e que continuam a se criar (a exemplo do peralta e engraçado El Nino, o "efeito estufa", a elevação do nivel do mar e o derretimento das calotas polares) a cada dia que passa. Sua forma já está definida, a composição físico/química da sua litosfera tem estudos bem adiantados e a sua geografia é conhecida em detalhes. Sua estrutura e funcionamento internos são incorretos e isso tem conseqüências sérias na economia.
Por ser impossível penetrar o seu interior e conhecê-la melhor, fez-se uso
do estudo dos resultados das ondas sísmicas provocados pelos tremores de terra. A descoberta de que os abalos sísmicos provocavam ondas, levou a que se estudasse o comportamento dessas ondas e inventaram-se, construiram-se e aperfeiçoaram-se aparelhos para detetá-las e medir suas velocidades em divesos materiais. Apenas que ao tempo em que aqueles estudos foram feitos, os sismógrafos eram extremamente primitivos; nada se conhecia sobre abalos sísmicos (até hoje não se conhece) e especialmente havia preconceitos firmados por cientistas muito importantes naquela época sobre a constituição interna do globo terrestre. A tendência foi apenas confirmar os preconceitos existentes.
Há uma contradição que impede que a geofísica possa ser aproveitada como ciência geológica. A Sismologia usa as ondas resultantes de um abalo sísmico sem conhecer o que provoca o abalo. Usa-se então algo que não se conhece para determinar outra coisa também desconhecida. Não há resposta possível para a pergunta.
Este mesmo raciocínio especulativo, pelo meio deste século, foi seguido para determinar estruturas geológicas ou reservatórios que contivessem petróleo em subsuperfície. Muitas perfurações que produziram petróleo, (dito anteriormente) justificaram a continuidade desse procedimento, sem que houvesse relação entre as duas coisas. O petróleo, de fato, era e é encontrado, porque a substância é abundante nas bacias de sedimentação. Para encontrar ou descobrir petróleo, a condição mínima requerida é que se faça um poço, o mesmo procedimento que sempre se fez desde 1859, quando se fez isso pela primeira vez.
Atualmente não se admite pesquisa de petróleo sem mapas geofísicos, quando as
diretorias fingem que acreditam que o método funciona configurando tal atitude uma tolice oficial e evidencia pouco conhecimento geológico de quem os solicita e de quem os propõe.
A investigação de resultados sobre o funcionamento da sísmica na Bacia do Recôncavo, demonstrou que os sinais sísmicos podem ser interpretados ao belprazer do interprete, mas não resiste ao confronto com a realidade das perfurações. Nunca, nenhum dos prognósticos geofísicos realizados naquela bacia foi confirmado pelas perfurações.
A partir disso surge um novo raciocínio: se não há resultados corretos em uma bacia cuja profundidade é de 3 a 5 km, como confiar em resultados obtidos a milhares de kms de profundidade onde as pressões e as temperaturas são imensuráveis e as maiores do planeta? A estrutura da Terra indicada pelos interpretes dos sinais sísmicos persiste porque não se pode furar um poço para demonstrar que ela é tão incorreta quanto os prospectos feitos na Bacia do Recôncavo.
Por essas razões, abandonamos aqui a estrutura da Terra prognosticada pelos estudos sísmicos (ver figuras acima) e mostraremos como ela funciona segundo os resultados da pesquisa estratigráfica.
Estrutura da Terra
Dito anteriormente, a estrutura do interior do globo que vamos mostrar, nada tem a ver com a visão dada pelo estudo das variações de velocidade das ondas sísmicas no interior do globo. O que apresentaremos a seguir é o resultado do mapeamento estratigráfico procedido na Bacia do Recôncavo, corrigidos os erros lá existentes. Tal estrutura é mais simples e é mais lógica. Estaticamente é o que se vê na figura abaixo. Dinamicamente é o que se vê na miniatura (clique para ampliar).
O globo terrestre é constituido por camadas ou capas esféricas concêntricas. As três exteriores (atmosfera, litosfera e manto) constituem as camadas de ação (impulsionadas pela gravidade). A esfera interior, o núcleo é o corpo de reação, segundo a gravidade também. Do conjunto, duas camadas, o manto e a atmosfera são aquecidas de baixo para cima e por isso tem comportamento turbulento. O núcleo central é a parte do conjunto onde se verificam não somente a maior pressão, como também as mais altas temperaturas. Ele aquece o manto de baixo para cima provocando nesta camada uma série de câmaras de material magmático em movimentos violentos e permanentes. O movimento dessas câmaras afeta a passiva litosfera que é a camada imediatamente superior ao manto e que separa as duas fases fuidas do planeta. Sobre a litosfera sobrepõe-se a segunda camada fluida da Terra, dividida em hidrosfera, a camada mais densa e atmosfera, a menos densa das camadas formativas da Terra.
O núcleo ocupa mais ou menos a metade do raio terrestre sendo o restante, ocupado pelo manto que forma o grosso da massa do planeta. Em seguida temos a capa litosférica que é demasiado delgada em relação ao volume do globo, alcançando a sua máxima espessura nas rochas continentais com possíveis 40 km restantes do raio médio de 6.370 km sem contar a atmosfera. A litosfera é importantíssima pois é nela que encontramos oa materiais para a nossa sobrevovência: combustíveis (petróleo) e minerais de construção. A importância maior é que através do seu estudo (mapeamentos) é que se fazem as conclusões da estrutura, história e evolução do globo total.
A última camada do globo é a atmosfera (será vista com mais detalhes adiante), com cerca de 50 km de espessura efetiva (topo da estratosfera). Ela é formada por diversas sub-camadas em função do seu comportamento frente à insolação: troposfera, estratosfera, mesosfera e termosfera. É formada de gases, e uma delas, a troposfera, situada imediatamente acima sa superfície do globo com espessura variável (mais espessa nos trópicos e mais delgada nos polos) ao redor de 10-12 km, a mais delgada de todas, é a bolha de gás onde nascemos e vivemos e o fator que nos aprisiona ao planeta.
A atmosfera terrestre se dilui no espaço vizinho. Assim o raio médio da Terra, incluindo agora a atmosfera é de 6.420 km.
As descontinuidades são bem nítidas entre a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera. As do interior do globo (litosfera/manto e manto/núcleo) são imaginativas e deduzidas do estudo do comportamento da litosfera.
Quanto ao material formativo o globo é ainda mais simples. A atmosfera é formada de gases principalmente Oxigênio e Nitrogênio. A hidrosfera é formada de águas doces (chuvas) e salgadas (mares). A litosfera é formada de minerais e toda a diversidade conhecida. Estes formam duas e somente duas rochas originais, (rochas continentais e oceânicas) ou de primeira geração e das quais surgiram mais nove corpos rochosos ditos por isso de segunda geração (rochas sedimentares). Fica implícito que os minerais das rochas de segunda geração, são originários das duas rochas básicas, através dos processos da sedimentação. Finalmente o manto e o núcleo central são formados de matéria mineral em fusão por isso chamado de magma onde os minerais são indivisos. A distinção entre ambos é apenas de funcionamento, onde o núcleo desempenha o papél principal como usina de força do globo inteiro.
Note-se então que neste trabalho, estamos incluindo a atmosfera na estrutura do globo, desconsideramos as subdivisões do núcleo (interno e externo) e do manto (diversas descontinuidades) por absoluta desnecessidade; o manto e o núcleo são inteiramente fluidos, o que simplifica a estrutura do globo, mas se contrapõe ao que é ensinado nas escolas e referenciado nas melhores publicações científicas do mundo.
De todos esse invólucros que formam o globo, dois são de importância máxima para a humanidade:
um globo de base fluida: o fluido interior quente ao rubro que forma o corpo do planeta, separado do fluido exterior frio e transparente, por uma camada rochosa passiva, sólida, muito delgada: a litosfera.A litosfera é muito importante para nós, mas não passa de tênue película face ao volume do globo. Para avaliar a delgacidade da litosfera relativa ao volume total do globo, vejamos dois números que dão essa idéia. Para representar a circunferência da Terra em uma folha de papel comum e à circunferência fosse dado um raio de 5 cm, a litosfera seria representada por um círculo com espessura de 4/10mm (0,0004m). Em termos de porcentagem, a litosfera representa 0,0007% do raio terrestre. Essas medidas e comparações ajudarão no entendimento da Tectônica na gênese de bacias e montanhas e a aplicação do raciocínio na exploração do petróleo.
Funcionamento do Globo Terrestre
De todos os astros celestiais, a Terra é o mais fácil de ser estudado por estar ao nosso alcance imediato, sob os nossos pés, e servirá de modelo para todos os outros, desde que, nem a Terra nem os outros astros são corpos especiais.
A conclusão do estudo nos diz que o fenômeno responsável por todo o panorama que conhecemos na Terra e no universo, é a gravidade. Assim, as massas do Sol e da Terra determinam uma força particular que providencia tudo o que conhecemos: a forma do planeta, a dependência dos seus giros, a geografia, os climas, a vida, a morte e o petróleo.
A estrutura da Terra mencionada anteriormente (três capas esféricas ao redor do núcleo), frente às forças da gravidade, funcionam da seguinte maneira:
De fora para dentro do planeta há o aumento da densidade de cada capa até o limite da esfera central, o núcleo, onde a energia se acumula. Ao chegar a determinado limite de acumulação, reeqüilibra-se o sistema com o disparo do excesso de energia para o exterior a partir da superfície do núcleo e através do manto, até a superfície do planeta.
Este disparo de energia provoca movimentos poderosos no interior do manto aos quais se dá o nome de movimentos convectivos. Tais movimentos são próprios dos fluidos e só acontecem neles.
Anderson Caio
1. "earthquake." Encyclopædia Britannica from Encyclopædia Britannica Premium Service.
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