Quem foi ao Maracanã naquele dia 20 de agosto de 1967, para assistir à decisão da Taça Guanabara, sentiu que ia ver um grande jogo. Botafogo e América entraram tinindo em campo. Dava para notar que Paulo César Caju, então um garoto, estava indócil. Não deu outra: ele fez os três gols que deram o título ao Botafogo.

Logo no primeiro minuto de jogo, ele pegou a bola no meio-campo e investiu pela ponta-esquerda, fechou na área em diagonal e chutou forte e rasteiro na saída de Aésio: 1 x 0. Na saída, Edu pediu para seu irmão Antunes esticar em profundidade. Antunes mandou melhor que a encomenda, Edu entrou livre diante de Manga e empatou o jogo. Dali para a frente, era lá e cá. O primeiro tempo já quase no fim, Jairzinho deu uma entrada violenta no quarto-zagueiro Aldeci vingando-se de uma falta desleal numa jogada anterior, sendo expulso pelo juiz Cláudio Magalhães.

No segundo tempo, mesmo com dez jogadores, o Botafogo veio com tudo, disposto a levar o título de qualquer jeito. Nem o segundo gol do América, marcado por Edu aos 18 minutos, numa cobrança de falta, abalou o ânimo do Botafogo. Paulo César resolveu que aquele dia era dele. Ninguém o segurava. Numa jogada praticamente igual à do primeiro gol, o ponta-esquerda empatou a partida aos 26 minutos. Depois, o juiz anulou um gol do Botafogo, marcando uma falta vencida de Aldeci sobre o centroavante alvinegro.

E o jogo acabou indo para a prorrogação. O gol da vitória botafoguense veio logo aos 4 minutos. Vantencir deu para Gérson, que passou para Paulo César, que emendou sem defesa. Uma virada sensacional.