1-) O Tonho tá de namoro com a filha do Tião. O rapaz, todo
valente,
tenta convencer o caipira:
mas, seu Tião... Qual é o pobrema? Num vô arrancá
nenhum pedaço da
Cidinha!
E o velho caipira:
Uai... o pobrema num é arrancá! É botá!
2-) Sentados na cozinha, enquanto pitam um fuminho de corda, dois
caipiras morrem de preguiça. Um deles pergunta:
- Será qui tá chovendo?
- Sei não... - Vai lá fora vê...
- Vai ocê...
- Eu não...
- Intão, chama o cão...
- Chama ocê...
- Duque!
O cachorro entra na casa e fica entre os dois preguiçosos.
- E então?
- Tá chovendo não, cumpadre... O cão tá seco!
3-) O caipira chega numa loja de ferragens e pede:
Ô, seu moço... me arruma aí uma tomada!
O senhor quer uma tomada macho ou fêmea? – quer saber o balconista.
E o caipira:
Tanto faiz, sô! Eu quero uma tomada pra mor de acendê a luiz
e não
pra fazê criação!
4-) O delegado daquela cidade do interior tenta resolver mais um caso
de briga entre um casal de caipiras:
Dona Carmo... Então quer dizer que a senhora deu com a mão
de pilão
na cabeça do seu marido porque chamou a senhora
de hipopótamo no
ano passado? Por que fez isso agora?
E a caipira:
Porque só ontem fui pela primera vez inté o zoológico
e aí fiquei
sabendo como é qui é um hipopótamo,
sô!
5-) Um sujeito grandão chega num boteco duma cidade do interior
de
Goiás e grita:
- Me vê uma branquinha!
- Tem aquelas marcas ali! - responde o dono do bar, apontando a prateleira.
- Mas quero pinga sem selo!
- Aqui não vendo nenhuma pinga sem selo!
- Sabe com quem tá falando?
- Não...
- Sou o maior peão das paradas e só bebo pinga sem selo,
direto do
alambique!
- Ah bão... pensei que era fiscar do governo!
6-) O capiau tava dando comida pros porcos, quando deixou cair três
notas de cem mil e um dos bichos engoliu tudo. Puto
da vida, botou o
porco na charrete foi pra cidade. Parou no primeiro
bar, entrou com o
leitão embaixo do braço e pediu:
Bota duas branquinhas aí!
Em seguida, o caipira tomou uma dose e enfiou a outra goela abaixo no
porco.
Depois, deu um pontapé na barriga do bicho, que cuspiu uma nota
de
cem mil. O cara do bar vê aquilo, fica com os
olhos cheios de cifrão, e
diz:
Pago um milhão pelo porco!
Num tá à venda! - responde o caipira, que em seguida pede
mais duas
cachaças.
A cena se repete: toma uma da dose, dá outra pro porco. Um chute
na
barriga do bicho e outra nota sai pela boca.
E o dono do bar:
Olha... pago três milhões!
Di jeito manera... ele num tá à venda! Tá não...
Mais duas cachaças, uma pro caipira, outra pro porco, que cospe
a
última nota. E o dono do bar:
Pago dez milhões!
Bão... já que o senhor insiste, pode ficá com ele!
concorda o caipira,
que vai embora a seguir.
No dia seguinte, o jornal da cidade trazia a seguinte manchete: Bêbado
mata porco a pontapés!
7-) Manuel, que é fazendeiro, ouviu falar de inseminação
artificial e ficou
muito curioso.
Chamou um especialista da secretaria da agricultura, que chegou à
quinta
do gajo e falou:
- Vou precisar de água fervente, uma toalha lavada e um prego?
- Certo, sinhoire doutoire. Aproveite para conhecer as redondezas,
enquanto eu lhe preparo as coisas.
Mais tarde, o especialista retorna ao celeiro. Manuel, satisfeito, diz:
- Cá está a sua agüinha, a sua toalhinha e o prego...
Baim, o prego não
encontrei nenhum, mas pode pendurar as suas calças em qualquer lugar...
8-) A caipira, que de boba não tinha nada, tava de caso com um
fazendeirão rico e mão-aberta. Todo
dia a danada aparecia em casa com
um presente diferente.
Até que o marido fica encafifado e pergunta:
Mais, Ditinha... Onde é qui cê arruma dinhero pra comprá
essas coisa
cara?
Óia só... casaco de pele, televisão, máquina
de lavá roupa, liquidificadô,
geladera, jóias...
E a mulher:
Ah, Dito... É o Sírvo Santos! Comprei uns carnê do
baú e ganhei esses
prêmios, uai!
O capiau finge que engoliu. Afinal, a casa era dele e ele acabava
aproveitando também. Um dia, o casal vai a
uma festa junina. A certa
altura, a safada diz pro marido:
Benhê... vô sartá foguera!
Tá bão, Ditinha... mais, vê se toma cuidado pra num
queimá o
carnê, viu?
9-) Tarde de domingo, o caipira tá aco corado na porteira da fazenda,
vendo o movimento da estrada, picando seu cigarrinho
de palha. De
repente pára um carro esporte cheio de garotões
da cidade. Um deles
pergunta:
Ô caipira! Pra onde a gente tá indo é muito longe?
O caipira, com toda a calma, tira o cigarrão de palha da boca, dá
uma
cuspada amarela no chão, se levanta com aquela
moleza toda e fala:
Aí depende, né... Si ocês vão indo à
merda, é logo ali, dispois daquela
curva.
Já, si ocês vão pra puta quius- pariu, fica lá
pra tráis... E si ocês vão
tomá no cu, pode apiá aqui, uai!
10-) Dois caipiras, um japonês e um brasileiro, pescam tranqüilamente
na beira dum rio. Acontece que, Kazuo, o japonês,
pega um peixe
atrás do outro e Bastião, o brasileiro,
só dá banho na minhoca. Puto
com aquilo, o Bastião diz:
Vamo trocá as vara?
O japonês topa, mas não adi- anta nada. O brasileiro
continua não
pegando nada. Dali a pouco, o Bastião e propõe
de novo:
Ei, japa, que tar a gente trocá de lugar?
O japonês topa, mas também não adianta. E o brasileiro:
Que droga, japonês! Já trocamo de vara, de lugar, usamo a
me ma isca
e num dianta nada... Conta quar é o seu segredo,
sô!
E o japonês:
É sorte! Todo dia, antes de vim pra cá, passo na casa da
minha amante
e dou um beijo no cangote dela. Isso dá uma
sorte danada. En tão, pego
um peixe atrás do outro!
No dia seguinte, o Bastião resolve fazer a mesma coisa. Só
que, como
não tinha amante, vai direto no pescoço
da Lucimara, a própria mulher,
e tasca um beijo, sem que ela o veja. E a caipira,
distraída:
Já vai, pescá, japonês?
11-) O velho caipira vai pela primeira vez ao médico. Depois dos
exames,
o doutor revela:
Seu coração tá bom. O fígado e o rim também.
Mas o senhor tem um
sério problema de ânus...
Que qui se pode fazê, dotô... Já faiz um tempão
qui passei dos oitenta
ânus!
12-) O mineiro de Valadares passou cinco anos Estados Unidos lavando
pratos e estava eufórico pra voltar à
cidade natal. Assim que desembarcou
no aeroporto em Belô, encontrou um antigo colega,
do tempo de ginásio,
pra quem foi logo dizendo:
Vortei com todos os meus trem pra morá com a mãe, uai. Mais
será qui
ela vai me reconhecê com este suataque americano,
sô?
13-)Quando ficou viúvo, aquele velho caipira estava acabado. Depois
de
dois anos de luto, seu Orozimbo decide recomeçar
a vida. Aos setenta
anos, vende a fazenda em Berlândia se muda pro
Rio, pra viver perto da
praia, cuidando da saúde. Passa a frequentar
uma academia de ginástica,
adere à macrobiótica, larga o cigarro
e a branquinha.
Quando ia passear lá em Berlândia, os amigos comentavam:
Uai, o Orozimbo tá mais parecendo um home de sessenta!
Cada vez mais entusiasmado, o caipira vai adiante: tinge os cabelos, faz
musculação e natacão. Os amigos comentavam:
Nossa, nem reconheci ocê, Zimbo! Parece que tem cinqüenta!
E o caipira passa a tomar pó de guaraná, usar tênis
e roupa de ginástica.
O pessoal dizia:
Credo, Orozimbo! Parece que tem menos de quarenta! Nem reconheci
ocê!
Um dia, o capiau conhece uma gatinha na praia, com quem se casa.
Quando sai em viagem de lua-de-mel pra Poços
de Caldas, o caipira bate
o carro e morre.
Puto da vida, Orozimbo reclama pro São Pedro:
Que injustiça! Justo ia começá a vivê uma nova
vida com minha nova
muié, eu morro! Me diz uma coisa: que
é que o senhor tem contra mim,
Orozimbo da Sirva?
E o São Pedro:
Orozimbo? Nossa! Como você tá novo! Nem o reconheci!
14-)Cansados da vida dura na fazenda, aquele casal de caipiras se muda
pra cidade, onde tem mais con forto. Algumas semanas
depois, Ditinha,
a mulher, entra pro clube femini no local. Um dia,
ela pede:
- Tarciso, cê me arruma quinhentos mil cruzeiros pra mor de comprá
umas panela nova?
Cê tá maluca, muié? Pensa que dinhero dá em
árvore? Se qué essa
dinherama toda, se vira, sô!
É o que vô fazê! diz a caipira, batendo a porta.
Quando a mulher volta depois de uma semana, o caipira pergunta:
Por onde cê andô?
Dando por aí, uai!
Ficô doida, muié?
Depois, o cara se acalma um pouco e pergunta:
E quanto é qui cê conseguiu faturá, hein?
Quinhentos e um mil cruzeiros, uai!
Mil cruzeiros? Quem deu mil cruzeiros procê?
Todo mundo, uai! responde a caipira, exausta.
15-) A dona Belarmina era uma mineira com um batalhão de filhos.
Tinha um monte de gêmeos. Um dia, quando viaja
de trem com eles,
alguém comenta espantado:
Nossa! São todo gêmeos?
Todos.
Quer dizê que toda vez a senhora tem gêmeos, hein?
E ela, brava:
Craro qui não... Tem muitas veiz qui num tenho nenhum, uai!
16-) O caipira que tava mijando na beira da estrada, quando foi picado
por um marimbondo. Correu pro pronto-socorro, abriu
a braguilha e
mostrou o troço inchado:
Doutor, o que me dá por isso?
E o médico:
Casa comida e um milhão de cruzeiros por mês!
17-) Dois caipiras trocam uns dedos de prosa no arraial:
Sabe, cumpadre Tião, tenho um touro que mais parece boi capado...
Pois, cumpadre Zeca... tenho uma vaquinha novinha, bem mimosinha,
que pode dá um jeito no bicho! Qué cruzá
eles?
Os dois entraram em acordo, o touro traçou a vaca e, depois nasce
um
bezerrinho. Aí, foi aquela confusão danada:
Me discurpa, mas o bezerro é meu porque a vaca é minha!
Mas se num fosse meu touro, sua vaca num pegava cria. O bezerro é
meu, sô!
Os dois saem no tapa e vão parar na delegacia, onde o Zeca conta:
Óia, doutor delegado... Supondo que eu sou um touro e o senhor uma
vaca.
Eu como o senhor e aí nasce um bezerro. O bezerro é de quem?
É da puta que o pariu! responde o delegado, de saco cheio.
E o Zeca:
Tá vendo, Tião? O bezerro num é meu nem seu. É
da minha mãe!
18-) Quando o novo agrônomo chega à fazenda, encontra um peão
deitado na estrada, com a cabeça encostada
no chão. Confiante no
faro do caipira, pergunta:
E aí, Tião?
Uma bando de ciganos...
Quantas carroças?
Hum... Quatro!
Que mais?
Na primera carroça tem um home e uma muié. A segunda tem
dois
home.
A terceira carroça tá carregada de traia e a úrtima
tá vazia.
E o agrônomo, admirado:
Como sabe de tudo isso?
O caipira continua a falar:
O primero home usa carça azul, camisa branca e a muié tá
de saia
vermeia! Os outros dois home tão usando camisa
xadrez!
E o agrônomo mais espantado:
Meu Deus, Tião! É espantoso! Só mesmo um autêntico
cara da roça
pra saber tudo isso! Que intuição! Como
consegue?
E o caipira:
Uai... tá fazendo deiz minuto que eles passaro por aqui, bem em
cima
da minha cabeça, sô!
19-) O caipira tímido comenta com um conhecido:
Pois é, Cidão... Este mundo véio tá perdido!
Agora de pouco vi um
minino trepando com uma cabrita. Que pouca vergonha!
Pois é! Essa molecada não toma jeito mesmo! concorda
o outro.
E o puritano continua:
E dispois, vi um véio de oitenta anos batendo punheta!
E cê queria que ele corresse atrás de cabrita nessa idade?
20-) O capiau chega na mesa do gerente do banco e diz:
Quiria falá com o sinhor!
Pois não, pode falar!
Podia sê lá no fundo?
Pode falar aqui mesmo!
Preferia no fundo...
Ora, por quê?
Porque me dissero qui o gerente deste banco num presta, mas no
fundo é um bom sujeito!
21-) Interiorzão de Minas, lugarejo onde os caipiras dependem de
carona pra ir à cidade. O Tião aproveita
um cami nhão de gado pra
ir tratar de seus negócios.
Já estava anoitecendo e o problema era a volta. Nisso, vê
doutor
Ricardo, o médico, de prosa na farmácia.
O caipira vai falar com ele:
Quanto o doutor cobra pra ir inté o Arraial?
Duzentos mil cruzeiros!
I o sinhô pode i agorinha?
Claro! Suba no meu carro!
Chegando em casa, Tião abre a carteira e entrega duas notas de cem
mil pro médico. E o doutor pergunta:
E cadê o doente?
Tem doente nenhum... É qui o motorista de táxi me pediu trezentos
-
mir cruzeiros! – responde o caipira.
22-) Caipira pão-duro era o Lalau. Não comprava nada além
do
necessário. Um vendedor da loja de móveis
de Berlândia vê o cara
passar e diz:
Que tal comprá um guarda-roupa, seu Lalau?
E pra que eu vô querê um guarda- roupa?
E o vendedor:
Pra quê? Pra pendurá suas roupas, uai!
Pendurá minhas roupa? E eu por acaso tenho cara de quem anda pelado
por aí, sô?
23-) O casamento tinha chegado ao fim, o casal de caipiras parte pro
divórcio litigioso. No fórum, o juiz
comu nica ao marido:
Resolvi conceder divórcio á sua mulher. Vou dar uma pensão
de um
milhão cruzeiros por mês!
E o caipira:
Tudo bem, seu doutor! Pode deixá qui de veiz em quando também
mando
alguns trocados!
24-) O caipira na estação:
O trem das onze já passô?
Já!
E o das onze e quinze?
Também já passou!
E o trem que vai pra Berlândia? Já passô?
Só daqui a meia hora!
Ah... e o rápido mineiro?
E o cara da estação:
Escutaqui, meu... é melhor dizer logo qual é o trem que quer
pegar, que
fica mais fácil!
Quero pegá trem nenhum, seu moço... Só quero atravessá
a linha...
25-) Um primo da cidade visita o Jurandir na fazenda. O capiau mostra os
arredores e conta todo saudoso:
Tá vendo, Osório? Foi naquela casinha qui eu nasci. Neste
pomar aprendi
as coisas da vida. Foi embaixo daquela árvre, daquela mangueira
enorme,
que trepei pela primera veiz. Eta trem danado de bão! Lembro di
tudo como
se fosse hoje!
E o Osório quer saber:
E cê lembra o que ela disse?
Bééééé!
26-) Dois caipiras se encontram ca- sualmente, no meio da rua, depois
de muito tempo. Um deles conta:
Tenho quatro filho!
Que bão! Ia sê muito feliz se tamém tivesse quatro
filho...
Cê num tem filho?
Tenho deiz!
27-) Perguntaram pro caipira:
- Quais são as três melhores coisas do Mundo?
- Dinheiro, mulher e bicho de pé.
- Bicho de pé?
E a explicação:
- Claro, de que adianta dinheiro e mulher, se o bicho não está
de pé?
28-) Entrou um cara naquele bar do interior. Levava o cão ao lado.
Enquanto pedia o café, um freguês comentou:
- Que cachorrão!
- Campeão do Mundo! - respondeu o dono.
- Campeão de que?
- De luta de cachorro! Não tem pra ninguém. Ganhou todos
os prêmios.
- Acho que não! - respondeu uma vozinha lá do fundo.
- Que isso! Aposto dez mil reais! - retrucou o dono.
O que havia falado se adiantou e disse:
- Tenho um compadre que mora aqui perto e acho que o seu cão não
ganha do dele não. Quer apostar assim mesmo?
- Manda vir!
Meia hora depois, veio um cão magrinho, um tal de Fifiu.
- É essa droga aí que vai vencer o meu Totó?
O pessoal fez a roda. O dono do campeão mal podia segurar o
cachorro e o cãozinho do outro nem aí,
não dava a mínima. Fizeram as
apostas, os bichos foram soltos, o campeão
partiu pra dentro do Fifiu,
que abriu um olho, levantou a pata e - vapt! - deu
uma porrada no
campeão, que caiu mortinho
na hora.
- Ohhhhh!!!! - fez todo mundo.
O capiau, dono do Fifiu, passou a mão na gaita e teve até
a dignidade
de nem gozar com o desafiante. Quando já ia
se retirando com o Fifiu,
o dono do cachorro vencido correu atrás dele
e disse:
- Quanto o senhor quer por este cachorro?
- Vendo não, é de estima!
- Então me diga como o senhor conseguiu esta potência? É
de que raça?
- Sei não - disse o matuto - Já to com ele há alguns
anos. Peguei ele
noutra cidade. Tinha lá um circo que ia fechar, o dono do circo
deu o
bicho pra mim, cortei a juba dele e guardei lá
em casa.
29-) O cara, querendo comprar um burro, perguntou pro matuto:
- Quanto custa?
- Vinte mil reais!
- Vinte mil? Tá doido, cara? Olha, eu dou dez mil no pau!
- Nada disso, só vendo o burro inteiro.
30-) Carlos queria casar com uma moça virgem e bem ingênua.
Por isso
resolveu ir para a roça, procurar uma caipira
daquelas bem bobinhas. E
lá conheceu a gata dos seus sonhos, a Lindalva.
Inocente como ela só.
Em dois meses se casaram e na noite de núpcias, Carlos resolveu
explicar
tudo sobre sexo para a jovem esposa. Para começar, botou o negócio
pra
fora e disse:
- Meu bem, isso é pinto!
Lindalva arregalou os olhos e disse:
- Credo, uai! Antão dá milho pra ele ficar logo um galo feito
o do Janjão!
31-) Um cearense foi para os Estados Unidos tentar a vida. Tava muito
difícil, quase morreu de fome. Um dia, disseram a ele que o circo
que
estava na cidade pagava bem, que tinha uma vaga, que passasse lá.
Ele foi. Chegou lá o dono do circo explicou:
- Só tem pra vaga de leão!
Ou seja, o cearense tinha que se meter dentro da pele de leão e
ir pra
jaula, levar chicotada do domador, imitando leão. É evidente
que
aceitou o emprego, quase morto de fome. Na hora do
espetáculo,
meteu-se na pele do leão e entrou pro corredor,
pra sair na jaula, no
meio do picadeiro.
Lá no fundo, ele viu, já em cima da barrica, outro leão.
Ele gelou.
- Meu Deus, e se aquele leão me estranhar?
E começou a dar tratos à bola sobre como se defender...
- Já sei, vou chegando lá dentro, me encosto no bicho e dou
um berro
bem grande pra ele logo se assustar e me respeitar.
E não fez outra coisa. Entrou, se ajeitou perto do outro leão
e berrou com
todas as forças do seu pulmão:
-GRRRRRRRRRRRAAAAAAAAAAGGFFHHHHHHHHH!!!!!!!!!
Foi acabar de dar o grito e ouvir, lá de dentro do outro leão,
uma voz
sumidinha dizendo:
- Valei-me, meu padim Ciço!
32-) Mineiro velho era aquele. Levou a mulher ao médico. O médico
mandou a mulher entrar, o mineiro entrou junto. O
médico mandou a
mulher se deitar e começou o exame. Apalpou
a mulher na altura do
pescoço e perguntou:
- Dói aqui?
A mulher disse que não. Mineiro só olhando.
O médico apalpou na altura da clavícula, depois na altura
do peito,
depois na altura do estômago e foi descendo,
apalpando e perguntando
se doía.
Quando o médico chegou na altura do umbigo, o mineiro interrompeu:
- Olha, doutor, daqui pra baixo o senhor pergunta só. Deixa que
aparpar,
eu aparpo!
33-) A estudante de Comunicação foi fazer uma pesquisa no
interior de
Minas. Chegando na casa de um caipira, perguntou :
- Na sua opinião, quais são as três melhores coisas
da vida?
- Bao... dinheiro, muié e bicho de pé ! - Dinheiro e mulher,
tudo bem,
mas por que bicho de pé?
Que qui dianta te dinheiro e te muié si o bicho num fica di pé?
34-) Na minha terra, dizia o camponês, mulher tem direito a três
frases
por dia:
a) Xo galinha!
b) Cala a boca, criança!
c) A comida tá na mesa!
Na cidade também é assim, dizia o outro, só mudam
as frases:
a) Bota o lixo lá fora!
b) Me dá o cheque!
c) Hoje não, to com dor de cabeça!
35-) Dez anos depois, a moça do senso voltou àquela cidadezinha
do
sertão e constatou que a população não tinha
nem aumentado, nem
diminuído.
- Caramba! Como isso pode acontecer? - perguntou a alguém.
- É fácil. Cada vez que nasce um bebê, foge um rapaz
da cidade.
O carro cheio de garotas e um pinta bacaníssimo na direção.
Lá iam eles
pelo interior de Minas, numa estradinha de terra, fazendo turismo. De
repente, parado no meio da estrada, o Mineirinho.
- Vou gozar esse cara - disse o pinta pras meninas.
- Você vai é entrar bem - disseram as garotas - Esses mineirinhos
de
beira de estrada não perdem uma.
- Vão perder hoje. - falou o cara. E parou o carro bem em frente
do
Mineirinho.
- Como é o nome desse porquinho aí do seu lado, compadre?
E o Mineirinho, sem tirar os olhos do fumo que tava pitando, respondeu:
- É Ocê!
As meninas caíram na gargalhada.
O rapaz meio perdido, mas vinha vindo uma porca na direção
dels e ele
teve de idéia genial:
- Ah... e aquela que vem lá é a mãe d'Ocê, não?
As meninas adoraram a saída do rapaz, mas pararam logo de rir, quando
o caipira falou pausado:
- Não. Aquilo nem é porca. Aquilo é porco. A mãe
d'Ocê eu comi ontem!
35-) Político do interior, em campanha eleitoral, tentando mostrar
que é
competente:
- Eu sou um homem que se fez por si mesmo!
E uma vozinha lá do fundo:
- E quando é que termina o serviço?
36-) Respondendo uma enquete feita por uma revista sobre o melhor
processo Para o leite não azedar, uma senhora da cidade respondeu:
- É deixá-lo na geladeira...
E uma senhora do interior:
- É deixá-lo na vaca!
37-) Manuel, que é fazendeiro, ouviu falar de inseminação
artificial
e ficou muito curioso.
Chamou um especialista da secretaria da agricultura, que chegou à
quinta do gajo e falou:
- Vou precisar de água fervente, uma toalha lavada e um prego?
- Certo, sinhoire doutoire. Aproveite para conhecer as redondezas,
enquanto eu lhe preparo as coisas.
Mais tarde, o especialista retorna ao celeiro. Manuel, satisfeito, diz:
- Cá está a sua agüinha, a sua toalhinha e o prego...
Baim, o prego não
encontrei nenhum, mas pode pendurar as suas calças em qualquer lugar...
38-) Um caipira fala pro outro:
- E então, compadre? Quais são as novidades?
- O Benedito morreu!
- Morreu de quê?
- De catarata!
- Mas catarata mata?
- Mata sim! Empurraram ele!