Gustavo Kuerten. Em 1997, 14o do mundo, em 1998, teve
uma queda no rankin, e foi para 23o , em 1999 ele chegou a 5o . E
finalmente, nesse ano, Guga chegou ao topo. É o número 1 do mundo. Com sua meteória
ascensão, o tenista fez com que um esporte de elite fosse tão popularizado ou
pelo menos prestigiado quanto o futebol.
Ele passou a ser o espelho de muitas crianças, que sonham em ser
"Gugas". "Os alunos chegam à academia e já falam que são o Guga",
conta o professor da turma baby 5 a 7 anos de uma academia de Campinas,
Júnior Viena. Ele ressalta a importância de se ter espelhos para a nova
formação de atletas. "É fundamental que eles se inspirem em alguém, ainda mais
quando esse alguém tem atitudes corretas, íntegras, sendo a síntese de um bom
esportista", diz Viena.
Gustavo Kuerten se fez sozinho no esporte. O país e o
empresariado somente começaram a apoiá-lo em massa após seu primeiro título de
Grand Slan, em Roland Garros, em 1997. O Aberto da França ainda é um sonho para muitos
tenistas, inclusive Pete Sampras, que jamais foi campeão desse torneio, e Guga já é
bi-campeão.
Hoje, já não é mais tão raro cruzarmos na rua com meninos com
raquestes em baixo do braço, no lugar da bola de futebol. Mas ainda falta muito para
podermos comparar a popularidade do tenis, no país do futebol. Apenas 400 mil pessoal
praticam o esporte no Brasil, ou seja, 0,2% da população brasileira. Em países como os
EUA, há 19,5 milhões de pessoas (7, 2% da população norte-americana) que jogam tênis.
Esse grande número de praticantes fez dos EUA a meca do tênis mundial. O país já
conquistou a Copa Davis 31 vezes e sempre teve um representante entre os dez melhores do
mundo.
É devido a essa realidade que Gustavo Kuerten pode ser
considerado um fenômeno, e vem fazendo escola e espalhando sua filosofia de
profissionalismo esportivo pelo país. "Eu gosto muito do Guga" , afirma Patrick
Gomes, de 5 anos, que joga tênis há 8 meses. "Ele realmente gosta do Guga,e se
mostra muito interessado no esporte", afirma a mãe de Patrick, Maria Gracia Gomes.
A influência de Guga na vida das crianças pode ser sentida
claramente. "Queria colocar o Pedro para jogar futebol, mas ele não se adaptou. Nem
queria ir mais para a escolinha, enquanto que agora, ele não quer parar mais de jogar
tênis", afirma Raffaella Genovesi, mãe do menino Pedro, de 5 anos, que entrou na
escolinha de tênis, há pouco mais de 6 meses. "Não quero nem pensar em parar de
jogar tênis. Eu adoro", reforça Pedro.
Para Antônio Morais, ver o filho Henrique praticando o esporte é
motivo de orgulho. "Como também joguei tênis, fui o maior incentivador do Henrique
para que ele também jogasse, por que além de tudo, o tênis é um esporte que se pode
praticar em família, é muito bom", afirma Morais.