Julinha

        Um anjo. Um anjo azul, que entrou em minha vida há 04 anos. Aqueles olhos tão brilhantes, tão alegres e dourados, a dizer que me ama, resplandecendo o  tempo todo a alegria de estar comigo, de poder dar e receber carinho.

        Um anjo, que vivia enroscada em meu filho Daniel,  fazendo-o rir com suas cócegas e brincadeiras. Um anjo que zelava por ele, sua grande e imensa paixão, expulsando de perto de nós qualquer tipo de tristeza, fazendo-nos sorrir, a despeito de qualquer coisa.

               Chamava pelo  seu nome, e ela me respondia com miadinhos baixinhos, sempre me  olhando alegremente,  pulando no meu colo e virando de barriguinha para cima, numa expressão de extremo carinho e entrega.

                Um anjo. Que chamava a atenção de todos os que a viam, pela luz, pelo amor e vida  que ela resplandecia. Todos a queriam, mas não havia dinheiro no mundo que  pudesse tirá-la  de  mim.

                Chamo pelo seu nome......... Julinha......... JulinhAAAAAAAAAAAa........ Abra os olhos para mim, querida........ eu preciso tanto de você........... Volta, por favor, volta para mim............

                Grito cada vez mais alto, na esperança de que você abra seus olhos ....... que volte a me olhar como antes,  sempre a dizer que me ama, e que jamais vai se separar de mim....  Minhas lágrimas rolam sem parar  sobre os seus olhos, mas eles não se abrem mais.......  Grito mais alto, mas você  não me  responde mais..... Minha Julinha......               

            A razão me diz que você não está mais naquele corpinho azul peludo,  que está junto a outros anjos agora, junto de Deus....  mas sua ausência consome   minha alma da mais profunda  profunda tristeza........ a morte apodera-se do meu interior, também....... meu coração sangra, muito, e não consigo acreditar que você está morta, em meus braços..... Você parece dormir, tão grande a tranquilidade de sua expressão...... Oh, eu faria qualquer coisa para tê-la de volta.... qualquer coisa..... Minha Julinha.......

               Nunca, nunca, ninguém poderá substituir você, meu amor........ Nunca mais ninguém me olhará com aqueles olhinhos de "gente", como uma pessoa fantasiada numa roupa de gato azul, tão peluda..... Seus longos pêlos brilhantes, macios, sempre a acariciar-nos e fazer-nos cócegas..... Oh, minha Julinha, minha Julinha, o único pensamento que me consola  é a esperança e a certeza de  que um dia, Deus me permitirá estar com você novamente.....                         

            Me perdoe, meu amor, por não  termos  percebido que aquele maldito câncer crescia dentro de você,  consumindo sua saúde tão rapidamente......... Me perdoe, todo nosso empenho  em deixá-la forte era para alimentar aquele maldito tumor que tirou você de mim.....

                Me perdoe, meu amor, por todas as tentativas de salvá-la terem sido vãs...... Se eu pudesse imaginar que você iria embora naquela cirurgia de emergência, naquela mesa  tão fria, eu a teria trazido para casa, e você teria morrido em meus braços, com todo o amor que você merece....... Oh, se eu soubesse que aquela cirurgia poderia matá-la.... Se eu soubesse.......            

              Obrigada, meu lindo anjo azul, por toda a alegria que você nos deu, durante toda a sua vida.... Obrigada pelo lindos filhotes, obrigada pela Baby, que nos deu tantas alegrias....... Obrigada pela companheira, pela amiga, pela consoladora nos momentos difíceis, pela sua dedicação, pelo seu amor.......

              Obrigada por estar vindo me consolar, mesmo agora, me acordando de noite com seu ronronar, me abraçando.... Posso sentir nitidamente a sua presença, me dizendo que você continua comigo, que  você está bem agora, livre daquele tumor, brincando e correndo num lindo campo florido........

               Obrigada, minha Julinha, por tudo o que você me deu, por tudo o que você significou em nossas vidas........ Você estará para sempre viva, em meu coração e em meus pensamentos.......

 Eu te amo, querida. Eu te amo muito, muito, minha  Julinha.

  Eu te amarei para sempre. Você estará sempre viva, dentro de mim. 

20/10/1996

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14/11/2000 

   Elaine Jordão & Daniel    

               

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