DICAS


Foi chamado para uma entrevista de emprego? 
   Quando você se candidata a funções executivas, quase certamente será recebido para uma conversa com a própria pessoa que deverá ser o seu superior imediato. 
    Há um grande envolvimento da cúpula da empresa na contratação de executivos. As pesquisas indicam que 70,8% de todos os processos de contratação são dirigidos pessoalmente por dirigentes em cargos de diretor, vice-presidente e presidente. E, embora após o Plano Real tenha crescido a participação dos setores de Recursos Humanos das empresas na contratação de executivos, a maioria dos dirigentes ainda prefere conduzir o processo pessoalmente.   
    Você não pode deixar que a entrevista seja um monólogo do seu potencial empregador ou que ele obrigue você a fazer um monólogo para ele; ao contrário, procure transformar a entrevista em uma conversa proveitosa. Descubra o que se quer exatamente do candidato, que tipo de informação adicional se pretende que ele tenha, características exigidas que não foram explicitadas no anúncio.   
 

    ANTES DE MAIS NADA, CONHEÇA A EMPRESA 
   Faça a sua lição de casa: procure informações sobre a empresa que está convocando você para uma entrevista. Todo dirigente aprecia entrevistar um candidato que se mostra informado e que demonstrou interesse em saber sobre os negócios, as atividades, o mercado, a missão e a cultura da empresa.  
  
    Existem muitas formas de buscar essas informações: 

    A empresa tem um site?  
    Muitas empresas divulgam suas atividades em sites próprios na Internet. Para procurá-lo, utilize qualquer mecanismo de busca, como Yahoo, Radar Uol ou Alta Vista – basta digitar o nome da empresa, e a busca é automática. Ou você pode tentar a conexão digitando o nome resumido da empresa na linha de endereço do seu "browser", seguido da expressão .com.br. Lembre-se de que, para empresas cuja matriz fica em outros países, a terminação do endereço deve ser modificada: nos Estados Unidos, por exemplo, não se usa a terminação br; na Inglaterra, a terminação é uk, em Portugal é pt e assim por diante.   

    Leia muito.  
    Manter-se um leitor constante de jornais e revistas é uma das melhores formas de acompanhar o andamento do mercado e de obter informações sobre praticamente todas as empresas.  

    Pergunte.  
    Quem tem boca vai a Roma. Pergunte a respeito da empresa para amigos e conhecidos. Procure fazer contato com pessoas que já trabalham na empresa; nos departamentos de vendas é possível conseguir folhetos, catálogos, jornais internos ou outras publicações que darão a você informações preciosas.  

    Algumas publicações especiais oferecem muitas informações, especialmente sobre empresas grandes.  

  • A revista Exame publica a edição especial "Maiores e melhores"
  • O jornal Gazeta Mercantil publica a edição "Balanço"
  • A Câmara do Comércio americana publica o "São Paulo Year Book"

    A Fiesp publica o "Anuário das Indústrias" 
 

    ATITUDES DURANTE A ENTREVISTA 
    Prepare-se, em corpo e espírito, para a entrevista. Sem dúvida você deve confiar em si mesmo e em sua competência, mas a impressão que você causar na primeira entrevista é indelével. De novo, faça a sua lição de casa:  

  1. Pessoas vagarosas não conquistam empregadores. Mostre energia e disposição para trabalhar.
  2. Sem disposição não se superam dificuldades. Mostre motivação. Isto é tudo o que qualquer empresário deseja. 
  3. Não desista. A persistência, às vezes, vale mais do que a inteligência. O executivo que não desiste da tarefa até alcançar o objetivo desejado é muito querido pelas empresas. 
  4. Não abdique de responsabilidades. O executivo que mostra preocupação em arcar com suas responsabilidades é muito desejado pelas empresas. 
  5. Conteste qualquer "indireta" apresentando referências convincentes sobre sua integridade. Normalmente se duvida das pessoas que fala da própria honestidade. 
  6. Não deixe dúvidas sobre sua dedicação. O executivo que veste a camisa da empresa e se dedica totalmente é peça fundamental em qualquer organização. 
  7. Não critique; analise. A qualidade de análise é muito apreciada. Mostre que você sabe ser calculista e que sabe analisar profundamente alternativas. 
  8. Saiba para onde quer ir. Qualquer organização quer executivos que definam e procurem atingir objetivos. 

    Treinar a apresentação é essencial para não cometer erros durante uma entrevista, e que poderão comprometer a sua perspectiva de contratação.  
    A recomendação é simular algumas entrevistas em casa, com apoio de familiares. Se puder, grave as entrevistas para analisar depois o seu desempenho.   
 

    RECOMENDAÇÕES DE CAUTELA 
   É preciso transmitir ao entrevistador uma postura positiva e entusiástica. Sete recomendações para que você obtenha essa postura: 

  1. Seja sempre positivo. É desagradável ouvir pessoas negativas. O entrevistador perde o interesse.
  2. Nunca diga não. Se o entrevistador propuser por exemplo mudança de residência para outro Estado, responda que pode pensar sobre o assunto. Mas não descarte. 
  3. Não se queixe de empregadores anteriores ou de qualquer pessoa. Ninguém quer ouvir coisas desagradáveis e negativas. 
  4. Responda sempre do ponto de vista das empresas. Elas querem contratar executivos que se adaptem à sua filosofia, e eliminarão quem discordar das suas políticas e práticas. 
  5. Mostre entusiasmo. Deixe claro que você procura desafio e desenvolvimento no trabalho. 
  6. Seja objetivo. Se você é vago por exemplo a respeito de datas de início de trabalho ou de demissão, a sua credibilidade sofre. 
  7. Procure vender a sua imagem. Não se resuma a respostas lacônicas – fale com brevidade, mas seja comunicativo, vibrante e entusiasmado.

  

    PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES NUMA ENTREVISTA 
   Os entrevistadores, de modo geral, têm uma rotina de perguntas, e em quase todas as entrevistas são aplicadas praticamente as mesmas questões. Saiba que perguntas são essas e prepare-se para respondê-las adequadamente.   
    Naturalmente será interessante dar uma resposta que agrade o empregador – mas sempre diga a verdade! 
    Um pequeno truque dos entrevistadores é colocar uma questão delicada para provocar uma situação de tensão, exatamente para avaliar como você age sob pressão. Também para enfrentar com tranqüilidade situações como essa é interessante estudar respostas antecipadamente.  

    Duas perguntas acontecem em todas as entrevistas. Pense nas respostas:   
  
    Por que você está deixando (ou deixou) seu emprego? 
    - Se está empregado, e procurando outra colocação, diga que está buscando melhor oportunidade e progresso. Nunca se queixe da empresa. Enfatize a idéia de buscar desafios. ` 
    - Se foi ou está sendo demitido, não adianta esconder. Diga a verdade. Se for o seu caso, mencione que a demissão foi causada por corte de custos, e que o desligamento não se deveu a mau desempenho de sua parte. Se a demissão foi resultado de uma atitude infeliz de sua parte, mencione brevemente que cometeu um erro mas que aprendeu e não deixará com que isso se repita.  

    Quanto você quer ganhar? 
    Esta pergunta é muito delicada e costuma colocar os candidatos em maus lençóis, caso não estejam preparados para uma resposta pronta. É importante não responder diretamente quanto quer ganhar; é mais eficiente esperar uma oferta e discutir sobre esse valor. (Leia também, nesta edição, o artigo "Como conduzir uma boa negociação salarial".) 
    - Quando você está empregado, e a entrevista resulta de uma proposta de emprego que você recebeu, você tem um alto poder de barganha, e pode argumentar que está ganhando bem e que só se interessaria em mudar caso houvesse uma compensação financeira adequada. As pesquisas mostram que em média é possível obter 28% de melhoria salarial numa eventual mudança de emprego.   
    - Quando você está desempregado, a situação é outra, e a sua resposta deve mostrar – e até enfatizar - que você é flexível e aceita estudar ofertas. Também neste caso evite dizer quanto quer ganhar. Procure fazer com que o empregador lance uma oferta, com uma pergunta como esta: "Qual seria a faixa salarial para este cargo?".  

    Os dois pontos que acabamos de mencionar são cruciais no momento da entrevista, mas algumas outras questões são usualmente colocadas para medir traços de sua personalidade e de suas potencialidades. Veja alguns exemplos: 

    Pergunta: Quais são seus objetivos de longo prazo? 
    Resposta sugerida: Restrinja-se ao futuro profissional. Não fale jamais de sua vida pessoal. Não é isto o que está sendo implicitamente solicitado. 

    Qual é o seu ponto fraco? 
    Resposta sugerida: Nunca mencione algo muito negativo. Responda aquilo que, na realidade, acabe sendo positivo para a sua avaliação, tal como ser exigente demais ou perfeccionista.  

    De quanto tempo necessita para trazer contribuições para a empresa?  
    Resposta sugerida: Desde o primeiro dia, e cada dia mais, à medida que for conhecendo melhor a organização. 

    O que seus subordinados pensam de você? 
    Resposta sugerida: Competente. Sou admirado e respeitado. 

    PERGUNTAS QUE VOCÊ DEVE FAZER A SI MESMO 
   Fazer uma boa apresentação numa entrevista de emprego está diretamente relacionado com a sua capacidade não só de responder, mas de fazer perguntas. Primeiro para você mesmo, e depois para o seu potencial chefe:   

    "Por que foi aberta esta vaga?"  

    Dependendo da resposta, você conseguirá descobrir que desafios a posição apresenta e se seu potencial superior está disposto a dar apoio para o ocupante.  
    Muitas coisas não são ditas em anúncios porque dizem respeito a características intangíveis como atitudes, temperamento, maleabilidade. Tente obter respostas perguntando para o entrevistador que tipo de pessoa ocupava a vaga antes, o que fazia e como fazia. Seja mais direto, depois disso:  
    "Como é que a empresa espera que o trabalho seja feito agora, com o novo ocupante desta posição?" 
     Depois disso, você estará com dados suficientes de análise para formular uma terceira pergunta:  
    "O que é avaliado no desempenho de quem ocupa esta posição?" 
    Mais do que receber informações sobre qual será o seu papel, a resposta do potencial empregador dará a você pistas sobre o estilo que ele tem de liderar, se delega, se estabelece metas e objetivos. Em suma, que chefe ele é. 
 

    O BOM E O MAU CHEFE 
   É claro que a pessoa que busca emprego está buscando a melhor colocação ou recolocação disponível. E dentro das premissas que caracterizam o ótimo emprego, estão o ambiente de trabalho, os projetos desenvolvidos, a qualidade técnica da função, o salário, os benefícios, a imagem da empresa, o clima reinante e, evidentemente, o chefe.  
    Alguns mitos sobre o papel do chefe numa instituição têm sido questionados e derrubados com freqüência, nos últimos anos. Vamos analisar alguns:  

    O Carrasco : não há mais espaço para o chefe que se sente o dono da vida dos subordinados, ameaçando aqui e ali de punições e demissão. Com um superior como esse ninguém rende o que poderia render. Muita gente deixa de enfrentar chefes como esse por medo de demissão, mas a lei trabalhista existe exatamente para proteger as pessoas de abusos desse tipo. A tendência desse chefe carrasco é desaparecer, porque não ajuda e ainda dificulta o trabalho dos funcionários e portanto o resultado das empresas. O mau chefe normalmente é também um mau executivo. 

    O Obscuro : é sempre difícil lidar com superiores que não orientam com diretrizes claras, mas com temas gerais. Normalmente esses profissionais alcançaram posições de gerenciamento por causa do talento técnico, e não pelas habilidades de comunicação. A saída é conversar com ele e pedir orientação, quantas vezes for necessário. Corra o risco de ser considerado pouco inteligente, mas pergunte. Com o tempo ele verá que o problema não é a sua falta de entendimento, mas do conteúdo pouco claro das orientações dele.  

    O bebezão : existem chefes que agem como crianças mimadas, e são capazes dos comportamentos mais bizarros para conseguir o que querem. Podem ser extremamente rudes ou exageradamente dóceis. Têm explosões de raiva, ameaçam, jogam com a culpa, e às vezes até choram de verdade. Essas atitudes são condenadas nas empresas; é consenso que o executivo deve ser estável e equilibrado para liderar corretamente, porque as pessoas esperam comportamentos no mínimo previsíveis. A atitude a ser tomada com essas pessoas é de calma e paciência.  

    O amigão : alguns chefes acham que fortalecendo os laços pessoais com os funcionários conseguirão melhores resultados. No entanto, doçura e envolvimento excessivos podem revelar fraqueza de caráter, e espantam as pessoas, em vez de aproximá-las. O melhor remédio é a moderação. Confidências pessoais com esse chefe, ainda que ele as estimule, devem ser feitas somente se os problemas de alguma forma resultarem em empecilhos para o trabalho. Alguma proximidade com o chefe é saudável, mas a hierarquia requer um prudente distanciamento profissional.  

    A entrevista deve ser um caminho de duas mãos. O potencial empregador tem chance de conhecer você, mas você também merece a oportunidade de conhecer o seu potencial empregador. Para que possa começar num novo trabalho com a consciência necessária do que está sendo esperado de você. Ou até para que possa recusar o emprego e dizer, com tranqüilidade, "não, obrigado."

 
 

Invista em sua aparência 
  1. Em uma de nossas pesquisas, constatamos que 90,01% dos executivos que entrevistam candidatos preferem pessoas que não usem barba ou bigode. 
  2. A mesma pesquisa dá conta de que 99,76% dos mesmos executivos pesquisados preferem entrevistar candidatos que usem cabelos curtos.

    Não é nossa intenção defender ou condenar a preferência registrada em pesquisas. Apenas identificamos a questão e a repassamos, para que você pense em como se apresentar de maneira mais eficiente para uma entrevista de emprego.  
    É preciso respeitar os números. Dê a si mesmo uma chance e aprenda com eles."

 
 
 


Guia Para recolocação Profissional 
    Um excelente guia para recolação profissional:

http://sites.uol.com.br/jayme_santos/emprego.htm


Essa página não tem fins lucrativos, nem está associada a nenhum empresa de RH.

 

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Revised: Setembro 03, 2001