Marcos Thiago, 13/11/97, Brasília. Parto de Cócoras (após uma cesária e um parto normal deitada).

Depoimento do pai, Fernando.

Depois da Cesárea complicada de Pedro Lucas, 8 anos antes, devido a uma má formação uterina; depois que André Matheus, 4 anos antes, havia ignorado essa má formação, e vindo ao mundo naturalmente, de parto normal; agora era a vez de Marcos Thiago. Ele já está com quase 5 anos, e os detalhes já não estão nítidos na minha memória. Mas a emoção de um parto super tranqüilo, da naturalidade e espontaneidade com que ele chegou, isso não se apaga.

Já nem me lembrava que um dia eu havia planejado, com minha mulher, que ela teria um parto de cócoras. Que eu a seguraria, apoiaria, e veria, junto com ela, nosso filho nascendo, em uma ambiente calmo e tranqüilo, sem as luzes de um centro cirúrgico ou as máscaras de um sem número de médicos e paramédicos. Quem me lembrou disso tudo foi Marcos Thiago. Primeiro ele lembrou sua mãe de se acocorar, segurada por mim, para depois, com uma ou duas contrações bem fortes, nascer! Foi no quarto do hospital, antes que as pessoas tivessem tempo de avisar umas às outras, trazer luzes, máscaras e tudo o mais. E foi muito bom tê-lo ali, conosco, o tempo todo.

Ele virou, é claro, a atração do hospital. As pessoas que lá trabalham, tão pouco acostumadas à naturalidade de um parto (como bem reafirmou o Conselho Federal de Medicina com seu slogan: “Natural é Parto Normal”) queriam dar uma espiadinha. Marisa foi até meio ríspida com uma, que por sorte era chefe, e manteve os outros à distância, pois ali estava uma mãe muito ciumenta de seu filhote — como de costume no reino animal, onde o bicho homem não é exceção.

O nascimento de Marcos Thiago, para nós, coroou uma expectativa de vida, lembrando a nós e a todos que o viram nascer que a Natureza, às vezes, é até perfeita. O que as pessoas deviam ter em mente com relação ao parto, é que quando as coisas complicam (e isso acontece, infelizmente, com mais freqüência do que gostaríamos), existe a Medicina, com todo seu conhecimento, suas técnicas, seus hospitais... Foi o que salvou Fernando Luís, 3 anos depois. Mas, infelizmente, foi também o que quase o matou. Mas isso é outra estória...

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