Fernando Luís, 16/06/2001, Brasília - que depois de uma cesárea e dois partos normais, todos a termo, resolver chegar mais cedo, com apenas 33 semanas, de cesárea.
Depoimento do pai, Fernando.
Pedro Lucas, primogênito, nascido de uma Cesárea complicada, estava com 11 anos;
André Matheus, nascido de parto normal, contrariando todos os prognósticos, estava com 7 anos;
Marcos Thiago, que chegara ao mundo bem tranqüilo, em parto normal de cócoras, estava com 3 anos.
Quarto filho, a gente acha que já viu de tudo, já sabe de tudo. Mas a vida está sempre nos surpreendendo, fazendo rir, fazendo chorar...
Fernando Luís resolveu se apressar; ou foi apressado. Sua mãe Marisa teve pressão alta, doença relativamente comum na gravidez, embora também mal explicada. Isso já tinha acontecido antes, com André Matheus, mas fora controlado com remédios suaves. Desta vez, porém, nem o repouso nem a medicação adiantaram. Com 33 semanas (7 meses e pouco), os exames levaram os médicos a indicarem uma Cesárea urgente. Optamos por um dos hospitais que já conhecíamos, onde havia nascido André Matheus, inclusive por que lá havia uma UTI neo-natal aparentemente bem equipada e mantida.
Assim, prematuramente, os médicos retiraram Fernando Luís do útero da mãe, com muito cuidado e carinho também. E ele nasceu bem, saudável, com pulmões maduros. Lembro que duvidei que o choro que ouvia fosse dele... E o Pediatra o trouxe para conhecer a mãe e o pai antes de ir para a encubadora, por causa do baixo peso. Eu nunca havia visto um bebê tão pequeno (1,3 kg), mas ele parecia bem, e nós esperávamos levá-lo para casa o mais rápido possível.
Infelizmente, o excesso de cuidados e rotinas fizeram mais mal que bem ao pequenino. Forte, ele fez os médicos duvidarem que estivesse com uma infecção grave. Mas de fato, hospital é lugar de doente, e como insistem em levar as mulheres grávidas pra lá, sempre existe o risco de a mãe ou o bebê contraírem alguma doença. A temida infecção hospitalar é mais comum do que podíamos imaginar.
Fernando Luís ficou internado por quase dois meses, foi vítima de uma infecção hospitalar e de uma sucessão de erros médicos, que lhe trouxeram seqüelas graves e a necessidade de um longo tratamento ortopédico que poderá estender-se por muitos anos, sem que os médicos possam garantir coisa alguma.
Sei que é triste imaginar que isso possa acontecer com um bebê que, embora prematuro, tenha nascido com saúde e cercado de muito carinho. Mas espero que isso ajude algumas pessoas, alertando-as sobre o fato de que a escolha do lugar onde seu filho vai nascer é muito importante! Que uma maternidade é preferível a um hospital. Que um hospital deve ter uma UTI neo-natal, mas que isso não basta. É preciso saber quem são os médicos e as enfermeiras que talvez venham a cuidar de seu filho; saber como eles tratam os prematurinhos, e outros bebês, que acabam ficando sob a proteção deles mais tempo do que os pais gostariam; saber como eles e o hospital se previnem das infecções e, principalmente, como agem quando elas ocorrem. Quando for difícil obter informações, talvez seja bom desconfiar...
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