ENEDINA DE OLIVEIRA COSTA
Nasceu na fazenda Rio da Peixe, município de Resende Costa. MG.
Cresceu na fazenda da Grama, Aureliano Mourão. município
de Bom Sucesso, MG.
Estudou em São João DeI Rei e Divinópolis.
Residiu no Rio de Janeiro.
Mudou-se para Antônio Dias em 1954.
Faleceu em 18-10-1980.
TRECHOS DO DIÁRIO DE ENEDINA
22/06/1975.
Chegamos ontem das bodas de prata que se realizou dia 19, em Bom Sucesso.
O Divino Coração de Jesus, a quem tudo pedi e a quem tudo devo por esta tão grande felicidade
de ir a mesma igreja que nos casamos dar graças a Deus por estes 25 anos de felicidade, uma união
sadia junto de duas filhas maravilhosas e também por ter reunido a maior parte de minha família;
80 pessoas, só irmãos e sobrinhos, faltando ainda 18.
A missa foi linda!..
Logo em seguida fomos para o "Clube dos 70" (onde tanto dancei em solteira) o salão estava lindo... A valsa foi linda, linda...
Eu vivi estes momentos como se estivesse num sonho e ainda estou sonhando até hoje.
Prece escrita e feita por Enedina
Senhor, que nosso modo de pensar, de trabalhar. de proceder, de rezar e de viver vos agrade.
Tornai-me simples, compreensiva, paciente, alegre, otimista, corajosa, serena, afável, confiante
e feliz.
O MARINHEIRO DE MULETA
Enedina de Oliveira Gomes
(Composição feita na 3a. série do 1" grau)
Paulinho era um homem honrado.
Era marinheiro e em uma noite, houve uma horrível tempestade. estava tão escuro que os
marinheiros não viam
uns aos outros e nem se enxergava uma estrela no céu. Julgavam que morreriam todos mas Deus
protegeu-os o temporal passou, mas uma peça do navio caiu na perna de Paulinho, quebrando-a.
Na manhã seguinte, retornaram ao porto e Paulinho foi internado num hospital. Depois de
dois meses de tratamento inútil, o médico reconheceu que era preciso cortar a perna.
Algum tempo mais tarde da perna cortada, podia andar mas com o auxílio de uma muleta. E
Paulinho que era tão trabalhador tinha agora que mendigar para sustentar a família.
Mas ganhou o apelido de marinheiro de muleta.
Transcrevemos aqui esta composição por uma coincidência curiosa.
Enedina depois de adulta conheceu, amou e casou com Paulo, que na intimidade era chamado de
Paulinho pelo seu físico diminuto. Era marinheiro, imediato do navio, foi náufrago na 2a. guerra mundial, - esteve a deriva num bote salva-vidas por mais de uma
semana, teve suas pernas paralizadas com o chamado pé de trincheira e esteve hospitalizado nos
Estados Unidos por mais de seis meses.
TRECHOS DO DIÁRIO DE ENEDINA
15-12-1953 - Está por três horas nossa partida e está tudo pronto, malas, cestos, nós e as
meninas. Os vizinhos próximos vieram todos apresentar votos de boa viagem e felicidades.
Adeus Rio de Janeiro, até quando Deus nos permitir voltar.
15-06-1954 - Pois é meu diário, mais de cinco meses que chegamos aqui e só hoje vim lhe
escrever! Mas é que havia tanta coisa para a gente ajeitar que não sobrava um tempinho.
No dia que aqui chegamos. não tive boa impressão da cidade, achei-a velha e feia, a casa
também não achei bonita...
Passado algum tempo Enedina amava e admirava a cidade de Antônio Dias onde residia, da qual
não teve boa impressão ao chegar. Dizia às vezes olhando a cidade de longe do alto de um morro:
- Antônio Dias é tão bonitinha parece uma cidade de presépio.
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