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     História do sobrenome Gomes      

Sobrenome de formação patronímica: filho de Goma, do gótico guma, inglês antigo guma, antigo francônio goma, feito de goma. A forma primitiva seria Gomici, que nas fontes aparece como Gomece, Gomice, Gumice, Gomize, Gumize, Gomeze, Gomez. Já foi nome de batismo (Antenor Nascentes, II, 127). Segundo alguns, em Portugal, procedem da família Gomes, da Itália, onde era nobre, e da qual houve alguns «Patrícios» em Roma (Anuário Genealógico Latino, I, 50). Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se desde os primeiros anos de povoamento do Brasil por todo o seu vasto território. Há diversas famílias com este sobrenome, em diversas partes do Brasil, de origem portuguesa, colombiana, espanhola. paraguaia, argentina, uruguaia, etc. No Rio de Janeiro, entre as quase 150 famílias com este sobrenome, dos séculos XVI e XVII, temos a de Amador Gomes, n. por volta de 1598 e fal. antes de 1654. Deixou larga descendência, a partir de 1624, com Isabel Teixeira (Rheingantz, II, 241). Em São Paulo, entre as mais antigas, encontra-se a de Pedro Gomes, fal. a.1616, e cas. em S. Vicente, com Isabel Afonso, filha de gentio da terra. Deixou geração. Além deste, registram-se, entre outros: Luís Gomes (S. Paulo, 1583). Matias Gomes (Piratininga, 1592), Gaspar Gomes (S. Paulo, 1599) e Lourenço Gomes (S. Paulo, 1599) (AM, Piratininga, 88). Na Bahia, entre as mais antigas, cabe registrar a de Pedro Gomes [Setúbal - 20.12.1692, BA], figura central de seu tempo, na Bahia. Passou para a Bahia e aí ocupou todos os postos nas milícias, sempre se distinguindo, até o de mestre de Campo, a começar de 18.06.1678. Gov. do Rio de Janeiro [16.01.1681 a 25.07.1682]. Moço Fidalgo e Fidalgo da Ordem de Cristo. Deixou geração do seu cas., com a viúva, Isabel da Costa Madeira, filha de Domingos Lopes Falcato e de Águeda da Costa. Foram pais, entre outros, de Antônio Gomes, que tornou-se o patriarca da importante família Gomes Ferrão Castelo Branco (v.s.), da Bahia(Jaboatão, n.º 655). Ainda, na Bahia, registra-se a família de Agostinho Gomes, cavaleiro professo na ordem de Cristo. Familiar do Santo Ofício. Negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia. Descendente das famílias Fontoura e Carneiro. Deixou geração do seu cas. com Isabel Maria Maciel Teixeira, filha de Bento Maciel Teixeira e de Maria da Silva. Foram pais do Padre Francisco Agostinho Gomes, negociante de grosso trato na cidade de Salvador, Bahia, com legítima dispensa. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Em Minas Gerais, estabelecida na Zona do Carmo, encontra-se, entre as mais antigas, a de Francisco Gomes Pinheiro, que passou para as Minas na era do seu povoamento e foi um dos desbravadores da zona do Carmo, do rio Doce e do Casca. Sesmeiro [1736] em Barra Longa, onde cas., c.1745, com Antônia Pereira de Araújo, do Rio das Velhas (Cônego Raimundo Trindade, Zona do Carmo, 1). Ainda em Minas Gerais, registra-se a de João Gomes Martins [1685, Barcelos - ?], que passou para o Brasil, estabelecendo-se em Sumidouro, Minas Gerais. Foi o fundador de Palmira (hoje Santos Dumont), em Minas Gerais. Deixou geração de seu cas., em 1725, no Rio de Janeiro, com Clara Maria de Melo. Foram pais do inconfidente José Ayres Gomes. No Acre, cabe registrar o português José Gomes dos Santos, que descerrou o seringal Independência, por volta de 1878, situado no rio Purus, dentro de umas oitenta milhas acima da foz do rio Acre (Castelo Branco, Acreania, 172). Para Pernambuco, entre outras, registra-se a família do Coronel João Antônio Gomes [c.1749, Portugal - Recife, PE], Senhor dos Engenhos Mercês, e Penderama, este na Vila do Cabo, PE. Coerciante e opulento proprietário no Recife. Deixou numerosa descendência do seu cas., no Recife, PE, com Caetana Maria de Deus Pires Ferreira [c.1752, Recife, PE - idem], filha de Domingos Pires Ferreira, patriarca desta família Pires Ferreira (v.s.), de Pernambuco. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - a flha, Joana Maria de Deus Gomes [1776, Recife, PE - 10.08.1866, idem], que deixou importante descendência do seu cas. com o Senador José Carlos Mayrink da Silva Ferrão [1771-1846], membro da importante família Mayrink (v.s.), de Minas Gerais; II - a filha, Catarina Maria da Conceição Gomes [1779, Recife, PE - idem], de quem descendem os Gomes, por seu cas., em 1804, no Recife, com seu primo legítimo (paterno) Joaquim Cândido Gomes [c.1775, Recife, PE - d.1836], comerciante; e III - a neta, Caetana Cândida Gomes [1811, Recife, PE - idem], baronesa das Mercês, que deixou geração do seu cas., a 04.10.1831, no Recife, com seu primo paterno, Manuel José da Costa [1809-1885], agraciado com o título de barão das Mercês, integrante das muitas famílias Costa (v.s.), de Pernambuco (Edgardo Pires Ferreira, Mística do Parentesco, I, 6, 36). Linha Indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, registra-se a de Inácio Gomes, «viúvo», cas. em 1780, em Estreito, RS, com Florencia, «índia» (L.º 2.º, fl.10v). Para São Paulo, registra-se uma ilustre família de músicos, originária da Espanha, procedente de Don Antônio Gomez, de casa nobre de Pamplona, e que, fazendo-se bandeirante, desbravava o interior de São Paulo, encontrando, não ouro, mas outra coisa que, para ele, foi mais preciosa: uma belíssima índia, filha de um cacique guarani, que lhe deu muitos filhos (Vasconcelos. Raízes da Música, 196). Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o neto, Manuel José Gomes [- 1868], mais conhecido por Maneco Músico, professor, compositor e mestre da Banda de Campinas. Deixou importante descendência, estabelecida em Campinas, SP, do seu terceiro casamento com Fabiana Maria Jaguari Cardoso, que morreu tragicamente, muito moça ainda. Deixou geração do seu quarto e último casamento, com D. Francisca Leite, que iria tornar-se uma boa madrasta aos filhos dos casamentos anteriores. As quatro esposas de Maneco Músico, lhe dariam, nada menos do que 25 filhos (Vasconcelos. Raízes da Música, 196); II - o bisneto, José Pedro de Sant’Ana Gomes, filho do anterior, o mano Juca. Violinista, regente e também compositor. Tornar-se-ia o maior amigo de seu famoso irmão, o maestro Carlos Gomes; III - o bisneto, Antônio Carlos Gomes [11.07.1836, Campinas, SP - 18.09.1896, Belém, PA], irmão do anterior e filho do terceiro casamento do item I. Um dos maiores nomes da música brasileira - autor das nossas mais belas óperas, mas também de encantadoras modinhas. Estudou música com seu pai, tendo aprendido, também, o ofício de alfaiate. Tocou vários instrumentos na banda de seu pai, principalmente ferrinhos e o flautim, depois dedicou-se ao violino, especializando-se em piano, sem chegar a ser, nele, propriamente, um virtuoso. Aos 21 anos, publica a valsa “A Rainha das Flores”, a romança sentimental Bela Noite da Minh’Alma e a dança de negros A Caiumba. Em 1859, foge com seu irmão para o Rio de Janeiro a fim de estudar no Conservatório local. Em 1860, recebe medalha de ouro por sua cantata A Última Hora do Calvário. Em 04.09.1861, apresentou no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a sua primeira ópera, A Noite do Castelo, sendo ovacionado de pé, pelo Imperador, que lhe concedeu o hábito de Cavaleiro da Ordem da Rosa. Sua segunda ópera, Joana de Flandres [1863]. D. Pedro II, maravilhado, promove Carlos Gomes a Oficial da Ordem da Rosa e decide custear seus estudos na Europa. Em Milão, Itália, foi aluno de mestre Lauro Rossi. Em 19.03.1870, estréia, no Scala, Itália, Il Guarany, obtendo um êxito fulminante. No espetáculo, a presença do compositor Giuseppe Verdi [1813-1901]. No mesmo ano, a 2 de dezembro, Il Guarany sobe, pela primeira vez, à cena no Brasil, no palco do Teatro :Lírico Fluminense. Em 1872 escreve aquele que seria, para ele, sua melhor ópera: a Fosca, mal recebida em virtude de suposto wagnerismo. Em 1874, no Teatro Carlo Felice, de Gênova, estréia com a ópera Salvador Rosa. Em 1879, lança a ópera Maria Tudor, ópera lírica em quatro atos. Tornou-se esta a mais popular ópera de Carlos Gomes na Itália. Em 1888, estreia O Escravo. Estréia no Teatro Lírico, do Rio de Janeiro, a ópera Lo Schiavo [1889]. D. Pedro II eleva Carlos Gomes ao grau de Grande Dignitário da Ordem da Rosa. Em 1891, lança a ópera Condor e, em 1892, o oratório Colombo. Condecorado pelo Rei de Portugal com grau de Comendador da Ordem de São Tiago e diretor do Conservatório de Belém, a convite de Lauro Sodré, mas não chegou a assumir. Deixou geração do seu cas., em 12.1871, com [separado] Adelina Peri [- 01.1889], descendente de antiga família de titulares de Bologna, e pianista laureada pelos Conservatórios de Roma e Milão (Vasconcelos. Raízes da Música, 200); IV - o tataraneto, Íbero Gomes Grosso [1905, São Paulo, SP - 1983], sobrinho-neto do maestro Carlos Gomes. Desde a tenta idade demonstrou vivo interesse pelo violoncelo, tendo aos sete anos seguido para o Rio de Janeiro onde ficou sob a tutela de seu tio e mestre Alfredo Gomes. Agraciado com o prêmio de viagem de estudos, no Curso da Escola Nacional de Música. Seguiu para a Europa, ingressando na École Normale de Musique de Paris, aperfeiçoando-se com Diran Alexanian e Pablo Casals. Catedrático de Violoncelo na Escola Nacional de Música e no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, onde lecionou rítmo. Em 1930, formou um trio com Tomás Terán [1896-1964] e com o grande violinista Oscar Borgerth [1906-], este último, foi depois seu cunhado; V - a tataraneta, Alda Gomes Grosso, irmã do anterior e sobrinha-neta do maestro Carlos Gomes. Violinista, também laureada. Não deixou geração do seu casamento, em 1934, com a violinista, Oscar Borgerth. Linha Africana: Sobrenome também adotado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Sebastião Alves Gomes, «pardo forro», cas. em 1770, no Rio de Janeiro, com Brígida Maria de Jesus [1731,RJ- ?]; e a de Manuel Gomes da Silva [1680,RJ- ?], que deixou geração, em 1712, com Josefa do Vale, «parda», pela qual corre o sobrenome (Rheingantz, II, 527, 267). Em Minas Gerais, por exemplo, registra-se a de Antônio Gomes [Braga - 17—, MG], que reconheceu dois filhos, havidos com Antônia da Silva de Andrade «crioula forra», e mais dois, com Felícia Isabel Cardoso, «parda». No Rio Grande do Sul, entre outras, encontra-se a família de João Gomes, preto forro, casado em 1779, em Estreito, RS, com Maria da Conceição, também preta forra. Linha de Batina: Para São Paulo, registra-se o arcediago José Gomes de Almeida, filho do coronel Jerônimo Martins Fernandes, cavaleiro professo na ordem de Vristo, e de Josefa Caetana Leonor Mendes de Almeida. Neto paterno de João Gomes e de sua mulher Maria Fernandes, e bisneto de Francisco Gomes, casado com Maria Martins de Macedo. O arcediago Gomes de Almeida, teve um filho, que legitimou, chamado Francisco Martins de Almeida, sargento-mor de guardas nacionais, na província de São Paulo. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Francisca Gomes, «cristã-nova», natural de Lisboa, onde morava. Filha de Simão Henriques. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 21.06.1671, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Ana Gomes, natural da Veiga de Lisa, termo da vila de Chaves, moradora em Lisboa, condenada «por casar segunda vez sendo vivo o seu primeiro marido» (bigamia). Esposa de Amaro Gonçalves, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Praça Grande de Évora, a 18.03.1683, a condenação de dois (2) anos de degredo para o Brasil, de Maria Gomes Cavala, «parte cristã nova», moradora na cidade de Évora, «reconciliada por culpas de judaismo no auto-de-fé que na mesma cidade se celebrara a 01.04.1629, fora novamente presa por culpas de relaxação. Era viúva de Antônio Gonçalves, sapateiro em Montemor-o-Novo. Cristão Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497. No Rio de Janeiro, cabe registrar a família de Gregório Mendes [c.1569 - a.1617], morador no Rio de Janeiro, que deixou numerosa descendência do seu cas., c.1594, com Isabel Gomes «da Costa» [c.1572 - ?], pela qual correm os sobrenomes Gomes da Costa (v.s.) e Mendes da Costa (v.s.), quase todos denunciados em autos-de-fé, entre 1634 e 1735, acusados de serem cristãos-novos (Rheingantz, II, 586). Ainda no Rio de Janeiro, ver a família Gomes Mourão. Sobrenome de uma família de origem judaica estabelecida, no Brasil, durante o período holandês, à qual pertence Simon Gomes de Lisboa, documentado nos anos de 1644 (Wolff, Brasil Holandês, 45). Na Bahia, registram-se Antônio Gomes, judaizante em 1646; e Fernão Gomes, cristão novo, alfaiate, denunciado - 1591 (Wolff, Dic., I, 84, 114; VI, 10). Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no domingo, na Sala geral dos Estaus da cidade de Lisboa a 31.01.1599, a condenação por judaísmo de Rui Gomes, cristão novo, natural de Lisboa e morador em Pernambuco. Nobreza Titular: I - Importante família de abastados proprietários de terras, membros da chamada aristocracia cafeeira, estabelecida no Estado do Rio de Janeiro, à qual pertence José Luiz Gomes [1801 - 30.05.1855, Piraí, RJ], filho de Francisco Luiz Gomes [irmão do Padre Dr. Alexandre Caetano Gomes, escritor] e de Ana Margarida de Jesus Breves, integrante da poderosa família Breves (v.s.), do Vale do Paraíba Fluminense, Estado do Rio de Janeiro. Sargento-Mor de milícias, alferes do 2.º Batalhão de Angra dos Reis [RJ]. Um dos maiores benfeitores da Cidade de Piraí [RJ], onde era proprietário das fazendas de Santa Maria e Ponte Alta. Vereador e presidente da Câmara Municipal de Piraí. Delegado de polícia da mesma cidade. Juiz de Paz de Mambucaba. Foi agraciado com o título de barão de Mambucaba [02.12.1854]. Deixou geração dos seus dois casamentos, sendo o segundo, com Maria Rosa da Conceição, filha do Capitão José Tomás da Silva e de Rosa Maria da Conceição; II - Jacinto José Gomes, foi agraciado, a 10.07.1873, com o título de barão de Monção. Heráldica: I - em campo azul, um pelicano de ouro com três filhos bebendo o sangue [de vermelho] do mesmo, que sai da sua ferida no peito. Timbre: o pelicano do escudo. Brasil Heráldico: I - padre Francisco Agostinho Gomes, citado acima, ramo da Bahia. Brasão de Armas, datado de 24.10.1799. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 101: um escudo ovado e partido em pala; na primeira, as armas da família Fontoura (v.s.); e na segunda, as armas da família Carneiro (v.s.) (Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 175); II - Sargento-mor Francisco Martins de Almeida, citado acima, na linha de batina. Brasão de Armas, datado de 25.10.1855. Registrado no Cartório da Nobreza, Livro VI, fl. 25: um escudo esquartelado: no primeiro quartel, as armas da família Gomes (v.s.); no segundo quartel, as armas da família Martins (v.s.); no terceiro quartel, as armas da família Macedo (v.s.); e no quarto quartel as armas da família Fernandes (v.s.). Elmo de prata guarnecidi de ouro. Paquife dos metais e cores das armas. Timbre: o da família Gomes. Diferença: uma brica vermelha com um F de prata.


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