Poemas & Sonetos

 

Título: Quem és tu?
Autora: Rafaela (12 anos)

Quem és tu?

O homem é um privilegiado
De a vida ter recebido 
Para que negar esse privilégio 
A uma criança não nascida? 

Quem és tu para decidir
A vida de uma criança? 
És Deus?
Pois, se não fores, desista!

Quem será que tu mataste?
Um futuro médico, 
Ou um cientista?

Talvez a única pessoa, 
Que amparar-te-ia
Nos seus últimos dias!

 

Título: Gotas
Autor: Diógenes Pereira Araújo

Uma gotinha só

Eu sou pequena gota no oceano
Uma gotinha apenas. Meu valor
também é bem pequeno não me engano
Porém hei de imprimir lá minha cor

Para criar um bem e nunca um dano 
eu hei de me empenhar com muito ardor 
a colorir o mar. sim: ano a ano 
quer seja em clima frio ou no calor 

Eu hei de ser gotinha colorida 
e para influenciar ser concentrada 
da cor que a ninguém cansa e muito agrada

Da cor que é de Maria bem querida 
levarei desta cor de norte a sul
onde hei de ser gotinha humilde e azul

Título: Vilgenocídio
Autor: Diógenes Pereira Araújo

Genocídios

A vida é invasora e é festiva
oriunda de Deus é alvissareira
e enquanto vive a toda forma viva
é de esperança a viva mensageira

Privar de vida a outrem que motiva
se a vida é, de Deus, o dom primeiro?
Matar tem do inimigo a diretiva;
todo homicídio tem nele um parceiro.

É um crime terrível o homicídio
e revela frieza e crueldade.
Triste estigma de toda humanidade

O holocausto foi vil genocídio
mas o holocausto some comparado
aos abortos no mundo praticados

 

Título: Mistérios
Autor: Diógenes Pereira de Araú
jo 

O Amor à vida traz sabedoria 
e Acolhe a inteligência com prazer 
A inteligência ajuda a bem viver 
e o bem viver é fonte de alegria 

Buscar tudo entender é fantasia 
- Um grão de areia!, alguém pode entender?
Melhor viver a vida e dia a dia 
só por viver um pouco é aprender 

O aprendizado dura toda a vida 
sem nunca saturar completamente 
porquanto é limitada nossa mente 

Por isto uma pessoa precavida
se volta para Deus, qual homens sérios, 
para aprender da vida alguns mistérios.

 

Título: Hospital Aborteiro 
(adaptação de "Navio Negreiro" Castro Alves)
Autor: Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
 

Era um sonho dantesco. 
O sangue da mesa de cirurgia avermelha o brilho das lâmpadas. 
Tinir de tesouras, fórceps e curetas. 
Um homem vestido de branco, mas com a alma preta
Duela com o mais fraco que ainda não nasceu. 
Rompe a bolsa que o protegia 
Persegue o inocente em agonia 
Que em vão foge da lâmina afiada

A mulher protegida pela anti-sepsia 
Não tem o que temer com a cirurgia 
Que dilacera o filho que Deus lhe deu. 
Pela lei do Estado está amparada, 
A clínica em que jaz é credenciada. 
Famintas estão as feras do Coliseu. 

Um jorro de sangue escapa-lhe do útero 
E de seu ventre é destruído o fruto. 
E raspa-se mais e mais... 

Qual num sonho dantesco o sangue escorre 
O forte triunfa, o inocente morre 
E ri-se Satanás!

Título: Mãe
Autora: Cora coralina 

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre. 
Cria teus filhos, 
não os entregues à creche. 
Creche é fria, impessoal. 
nunca será um lar
para teu  filho. 
Ele, pequenino, precisa de ti. 
Não desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher? 
Independência, igualdade de condições...
empregos fora do lar? 
és superior àqueles
que procurar imitar. 
Tens o dom divino 
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade. 

Mulher, não te deixes castrar. 
Serás um animal somente de prazer 
e às vezes nem mais isso. 
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és. 
Roendo o teu osso negro da amargura. 

 

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