Reflexão: As Familias São Eternas !

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Lares Celestiais - Famílias Eternas

Thomas S. Monson

Hinos e discursos lembram-nos com frequência que a família é a base de uma vida recta, e, nenhuma outra instituição pode substituí-la ou cumprir suas funções essenciais. Uma casa é feita de madeira, pedras ou tijolos. A família é feita de amor, sacrifício e respeito. E a casa pode transformar-se em céu, quando abriga uma família. Há famílias grandes e pequenas, constituídas de pessoas jovens ou idosas. Elas podem estar em excelentes condições ou apresentar sinais de idade, negligência ou deterioração. Podem ser formadas pela mãe, pai, filhos e filhas, todos morando em casa, ou ser constítuidas de uma só pessoa. Mas a família continua sempre, pois as famílias são eternas.

Aprendei do Arquitecto Mestre

Estejamos preparando-nos para formar nossa própria família, ou simplesmente considerando como trazer o céu para mais perto de nosso lar, todos nós podemos aprender com o Senhor. Ele é o arquitecto mestre. Ensinou-nos como devemos construir.

Quando Jesus caminhava pelas estradas poeirentas de cidade e vilas que agora reverentemente chamamos de Terra Santa, e ensinava seus discípulos na bela Galileia, muitas vezes falava em parábolas, numa linguagem que o povo entendia. Referia-se frequentemente à construção da casa, como: "Toda... casa, dividida contra si mesma não subsistirá." (Mateus 12:25) mais tarde advertiu: "Eis que a minha casa é uma casa de ordem... e não de confusão." (Doutrina e Convênios 132:8) Numa revelação concedida através do Profeta Joseph Smith, em Kirtland, Ohio, em 27 de Dezembro de 1832, o Mestre aconselha: "organizai-vos; preparai todas as coisas necessárias; e estabelecei uma casa, mesmo uma casa de fé, uma casa de ensino, uma casa de glória, uma casa de ordem, uma casa de Deus." (D&C 88:119)

Onde qualquer de nós poderia encontrar uma planta mais adequada para construir com mais sabedoria e propriedade? Uma casa assim seria o tipo de casa descrita por Mateus, uma casa construída "sobre a rocha", capaz de suportar as tormentas da adversidade, as torrentes da oposição e os vendavais da dúvida, sempre presentes em nosso mundo desafiador. (Ver Mateus 7:24-25)

Algumas pessoas poderão perguntar: "Mas essa revelação referia-se à construção de um templo. Aplica-se também à vida familiar?" Eu responderia: "Não declarou o Apóstolo Paulo: "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de deus habita em vós?"" (1 Corintíos 3:16) Deixemos que o senhor seja o Arquitecto Mestre da Família - e do lar - que nós edificamos. Assim, cada um de nós será o construtor. Gostaria de mencionar algumas directrizes de Deus, lições de vida e pontos a ponderar ao começarmos a construir.

Ajoelhai-vos para Orar

"Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas." (Provérbios 3:5-6) assim falou o sábio Salomão, filho de David, rei de Israel. No continente americano, Jacó, irmão de Néfi, declarou: "Olhai para Deus com mentes firmes e rogai a ele com ardente fé." (Jacó 3:1) Este conselho, divinamente inspirado, pode significar para nós hoje, o mesmo que a água cristalina significa para a terra sedenta. Vivemos numa época tumultuosa. Os consultórios médicos, em todo o mundo, estão repletos de indivíduos com problemas emocionais, além de distúrbios físicos. Os divórcios florescem, porque as pessoas não conseguem resolver seus problemas. Os departamentos de pessoal e assistentes sociais, nas indústrias, trabalham longas horas para auxiliar pessoas em seus problemas. Certo funcionário, encarregado de tratar problemas menores, colocou um pequeno cartaz sobre a sua mesa, para as pessoas que não conseguiam solucionar os seus. Nele estava escrito: "Você já experimentou orar?" Essa pessoa não pensou que estava fornecendo um conselho capaz de solucionar mais problemas, aliviar mais sofrimentos, evitar mais transgressões, e provocar mais paz e contentamento na alma humana, do que qualquer outra coisa. Perguntaram a um famoso juiz dos Estados Unidos como nós, cidadãos dos países do mundo, poderíamos ajudar a reduzir o crime e desobediência à lei, proporcionando mais paz e alegria ás pessoas e nações. Ele respondeu seriamente: "Eu sugeriria a volta ao antigo costume da oração familiar?"

Não nos sentimos gratos pelo facto de a oração familiar não ser, entre nós, como povo, um costume ultrapassado? Não existe visão mais bela, em todo o mundo do que uma família em oração. Há um significado muito real nas palavras: "A família que ora unida permanece unida." O Senhor instruiu-nos a fazermos oração familiar, quando disse: "Rogai no seio de vossa família ao Pai, sempre em meu nome, a fim de que vossas esposas e filhos possam ser abençoados." (3 Néfi 18:21)

Gostaria de que olhásseis comigo para um típica família SUD ("Santos dos Últimos Dias"), oferecendo preces ao Senhor. O pai, a mãe e todos os filhos se ajoelham, baixam a cabeça e fecham os olhos. Um doce espirito de amor, união e paz invade o lar. Quando um homem ouve a vozinha de seu filho orando a deus, para que o pai faça as coisas certas e seja obediente aos mandamentos do Senhor, achais que lhe será difícil honrar a oração de seu precioso filho? Quando uma filha adolescente ouve sua doce mãe suplicar a Deus que ela seja inspirada na escolha de suas amizades, e que se prepare para casar-se no templo, não credes que essa filha procurará honrar a humilde súplica da mãe a quem tanto ama? Quando o pai, a mãe e cada um dos filhos oram fervorosamente para que os membros da família vivam dignamente, que os filhos possam, no devido tempo, receber o chamado de servir como embaixadores do Senhor nos campos missionários da Igreja, não começamos a ver como esses filhos chegam à adolescência com o desejo intenso de cumprir missão? Quando oferecemos a deus nossas orações familiares e pessoais, façamo-lo com fé e confiança. Se algum de nós não tem seguido fielmente o conselho de orar sempre, não existe melhor momento para começar do que agora. Aqueles que acham a oração um sinal de fraqueza, devem lembrar-se de que um homem nunca é maior do que quando está ajoelhado.

Servi Espontaneamente

Como exemplo de serviço, voltemo-nos à vida de Jesus. A vida de Jesus, quando ministrou aos homens, é como uma luz voltada para o bem. Ele deu força aos membros dos paralíticos, visão aos olhos dos cegos, audição aos surdos e vida aos mortos. Suas parábolas pregam poder. Com o bom samaritanos, ele ensinou: "Amarás o teu próximo." por meio da bondade demonstrada à mulher apanhada em adultério, ele ensinou a compreensão piedosa. Na parábola dos talentos, ensinou-nos o aprimoramento pessoal e a luta pela perfeição. Ele podia bem estar-nos preparando para a função de formar uma família eterna. Os que elevam, não se apóiam. Os que realizam, não duvidam. Os que servem, não reclamam.

Na vida do profeta Ezra Taft Benson e em sua família, encontramos um exemplo de serviço espontâneo. O presidente Benson contou às Autoridades gerais como seu pai foi chamado a cumprir missão. Ele deixou para trás a esposa, que esperava outro filho, seus sete filhos, a fazenda, e tudo o que possuía. Perdeu alguma coisa? O Presidente Benson conta como sua mãe reunia a família em redor da mesa da cozinha, e lá, à luz bruxuleante de uma lamparina, lia as cartas do marido. Durante a leitura, interrompia-se vez por outra para enxugar as lágrimas que fluíam livremente. O resultado? Mais tarde, todos os filhos cumpriram missão. Cada um deles serviu espontaneamente.

Auxiliar os que se Desviam

Na jornada ao longo dos caminhos da vida , sempre acontecem acidentes. Alguns afastam-se dos sinais da estrada, que indicam a rota da vida eterna, descobrindo depois que o desvio escolhido não leva a parte alguma. Indiferença, descuido, egoísmo e pecado, tudo isto afasta as pessoas da vida eterna. Em muitas famílias, encontramos indivíduos que, por razões inexplicáveis, rebelam-se, descobrindo mais tarde que o resultado foi apenas dor e sofrimento.

No final do ano de 1985, a Primeira Presidência da Igreja mostrou sua preocupação por aqueles que se haviam afastado do rebanho de Cristo, e publicou uma declaração especial, intitulada: "Convite para Voltar." A mensagem continha este apelo: "Aconselhamos os membros da Igreja a perdoarem aqueles que possam tê-los ofendido. Aos que deixaram de ser activos e àqueles inclinados a criticar, dizemos: -Voltai. Voltai a banquetear-vos na mesa do Senhor; tornai a provar dos doces e saciadores frutos da fraternidade dos santos. Acreditamos em que muitos anseiam por retornar, mas estão constrangidos em fazê-lo. Asseguramo-vos que sereis recebidos de braços abertos e mãos estendidas, dispostas a ajudar."

Precisamos estender esse mesmo convite amoroso às pessoas de nossa família que se desviaram dos caminhos da verdade. O amor é o elo de ligação, o bálsamo sanador. Jamais devemos deixar de amar, até mesmo os membros de nossa família que nos causaram sofrimento. O Senhor nos ordenou: "Juntos habitareis em amor." (D&C 42:45)

Ajoelhai-vos para orar. Servi espontaneamente. Auxiliai os que se desviam. Cada um desses passos é uma página vital da planta de Deus para transformarmos uma casa em lar, e um lar em céu. Construamos com perícia, evitemos os atalhos e sigamos sua planta. Então o senhor, que é o inspector de nossa construção, poderá dizer-nos, como disse a Salomão, um construtor de outros tempos: "Santifiquei a casa que edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu coração estarão ali todos os dias." (1 Reis 9:3). Assim teremos lares celestiais e famílias eternas. Oro humildemente e sinceramente que cada um de nós receba essa bênção.

(Liahona 1988) Copyright A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

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A Quantidade Diária de Amor

por H. Burke Peterson

Há alguns anos, durante a reunião de jejum e testemunho de nossa ala, um jovem pai, orgulhosamente, deu um nome e uma bênção ao seu primeiro filho. Mais tarde, ao levantar-se para prestar o seu testemunho, ele expressou o seu agradecimento por haverem recebido aquela criança, e disse na ocasião, de maneira desconcertante, que, considerando que aquela criança parecia não compreender nada do que lhe disseram, gostaria de saber como poderia comunicar-se com ela. "Tudo o que podemos fazer", disse ele, "é tomá-la em nossos braços, acariciá-la, abraça-la, beijá-la e murmurar palavras de amor aos seus ouvidos." Depois da reunião, aproximei-me do jovem pai e disse-lhe que seu testemunho nos mostrou um padrão bem sucedido pelo qual podemos criar filhos saudáveis. Declarei ainda que desejava que ele nunca esquecesse aquilo, mesmo que seu filho chegasse à maturidade, e esperava que continuasse a colocar em prática aquele princípio.

Entre as grandes tragédias que vemos diariamente ao nosso redor, encontram-se inúmeras crianças e adultos que literalmente morrem de fome, porque não estão sendo alimentados com sua quantidade diária de amor. Encontramos em nosso meio milhares de pessoas que dariam tudo na vida para poderem ouvir essas cálidas expressões de afecto. Todos nós já vimos pessoas solitárias e desanimadas que jamais as escutaram.

Há alguns anos, fui designado para visitar uma missão da igreja em outro país. Antes de nossa reunião inicial com os missionários, perguntei ao presidente da missão se havia alguns problemas que eu precisasse resolver. Ele falou-me a respeito de um missionário que decidira voltar para casa mais cedo, pois sentia-se muito infeliz. "Como poderei ajudá-lo?", perguntei. O presidente não tinha a menor idéia. Quando eu estava cumprimentando os missionários antes da reunião, não foi difícil descobrir qual deles desejava voltar para casa. Disse ao presidente que, caso ele não se importasse, gostaria de falar com aquele jovem, depois da reunião. Enquanto o observava durante o decorrer dos serviços, tudo em que eu conseguia pensar era naquele enorme pedaço de chiclete que ele tinha na boca. Depois da reunião, aquele missionário alto veio até ao púlpito.

-Podemos conversar? - perguntei.

Sua resposta foi uma inferência de que nada lhe importava menos. Fomos para o lado da capela, sentamo-nos e lhe dei a minha melhor prelecção a respeito de por que os missionários não devem voltar mais cedo para casa. Ele ficou olhando o tempo todo para o que se passava fora da janela e não me deu a mínima atenção. Depois daquela ocasião, estivemos juntos durante dois dias em diversas reuniões. Certa vez, ele chegou ao cúmulo de sentar-se na primeira fila de bancos e ler um jornal enquanto eu falava. Sentia que ele me deixava aturdido e nervoso. A esse ponto, meu parecer era de que ele devia voltar para casa - e logo! Estivera orando durante aqueles dois dias, buscando um meio de alcançá-lo, mas não obtive êxito.

Na última noite, depois da reunião eu estava conversando com alguma pessoas em frente da capela, e de soslaio, pude ver aquele élder nas imediações. Naquele momento exacto, entrou em meu coração um sentimento por aquele jovem como jamais havia experimentado em minha vida. Pedi licença e fui até onde ele estava, peguei em sua mão, olhei bem em seus olhos e disse: "Élder, tive muito prazer em conhecê-lo. Quero que saiba que o amo." Nada mais dissemos, quando nos separámos. Saí da capela, dirigi-me para o meu carro e lá estava ele novamente. Apertei-lhe a mão, coloquei meu braço sobre os seus ombros, e olhei novamente em seus olhos, dizendo. "O que lhe disse há pouco veio do fundo de meu coração. Eu o amo; por favor, mantenha-se em contacto comigo." O espírito se comunica com o espírito. Foi naquele momento que seus olhos se encheram de lágrimas, e aquele rapaz disse, simplesmente: "Bispo Peterson, em toda a minha vida, jamais me lembro de alguém ter-me dito que me amava." Agora eu sabia por que ele se sentia tão confuso, perturbado, inseguro, e desejava deixar o campo missionário.

Falando a respeito de um filho ou filha, algumas pessoas diriam: "Ele sabe que o amo. Já não fiz tudo por ele? Compro-lhe roupas, dou-lhe um lar confortável, educação e tantas outras coisas." Não cheguem a conclusões precipitadas; a menos que uma pessoa sinta que sua necessidade foi suprida, os pais não cumpriram a sua responsabilidade. Devemos fazer um esforço ainda mais definido para realmente comunicarmos nosso amor a uma criança inquiridora. O acto de um pai dar amor a seu filho ou filha não deve depender do comportamento deles. Muitas vezes as pessoas que pensamos menos merecerem o nosso amor, são as que mais dele necessitam. Lembrem-se desta admoestação aos pais que encontramos nas Escrituras: "Não permitireis que vossos filhos andem famintos ou desnudos, nem que transgridam as leis de Deus, e briguem e disputem entre si e sirvam o diabo, que é o mestre do pecado ou o espírito mau de quem nossos pais falaram, o inimigo de toda a justiça. Mas ensiná-los-eis a andar pelos caminhos da verdade e da moderação; ensiná-los-eis a se amarem mutuamente e a servirem uns aos outros." (Livro de Mórmon, Mosias 4:14-15)

Permitam-me sugerir que os filhos ouvirão mais atentamente os ensinamentos de seus pais e os seguirão com maior devoção, se eles foram anteriormente urdidos com as fibras douradas do amor. Se desejarmos que as nossas palavras sejam lembradas, elas devem ser acompanhadas e seguidas de acções devotas e consideradas que não possam ser esquecidas. Muitas pessoas estão esperando, que as outras dêem o primeiro passo, antes de tomarem uma atitude inicial. Se você é um pai ou filho, esposo ou esposa que esteve esperando que o outro se expressasse primeiro, por favor, atentem para este exemplo.

Um dos segredos mais eficazes para se alcançar a felicidade encontra-se no capítulo quatro de 1 João, no versículo 19. São apenas dez palavras - leiam atentamente:

"Nós o amamos a ele, por que ele nos amou primeiro."

Isto fará com que ocorra uma modificação em nós, pois é uma afirmativa correcta. Conseguiram captar a mensagem que ela mantém? "Ele nos amou primeiro." Seus filhos os amarão e também seus irmãos, irmãs e companheiros eternos - porque você os amou primeiro. Não quero dizer que isto acontecerá em apenas um dia, uma semana, ou um ano. Mas acontecerá, se vocês não desistirem. Se ainda não conseguiram cultivar o hábito de expressar o seu amor regularmente, é fácil começar - talvez um pouco de cada vez. Ao iniciar essa aproximação, até mesmo um copo de água pode fazer com que uma pessoas se afogue. Estabeleçam a dosagem de acordo com o que a tolerância em aceitá-lo permitir. Seja qual for a quantidade de afecto que derem, mostrem-se sinceros e honestos em suas maneiras de expressá-lo. As montanhas impossíveis de se galgar são escaladas por pessoas que possuem a auto confiança advinda de serem realmente amadas. As prisões e outras instituições, até mesmo os nossos próprio lares, estão cheios de pessoas que sempre tiveram fome de afecto. Num mundo e sociedade em que Satanás está desencadeando os mais violentos ataques que jamais dirigiu aos filhos dos homens, não temos arma melhor para enfrentá-lo do que o amor puro, desinteressado e cristão.

Sei muito bem que para muitas pessoas não é fácil iniciar essas atitudes - nossa vivência, costumes e culturas são diferentes. Sem levar em consideração o que é mais fácil ou difícil para vocês, o Mestre deu um mandamento a todos - não apenas a alguns habitantes de um país ou a uma centena de outro, não apenas a uma família daqui e a outra de acolá, mas a todos os seus filhos agora! Demonstrem-no agora, para que possamos desfrutar das eternidades, juntos como família. Ele nos disse no Evangelho de João: "Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros: como u vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros." (João 13:34-45) Todos nós podemos ser seus discípulos.

Há algumas semanas, o Presidente Kimball passou por mim quando nos dirigíamos apressadamente para uma reunião. Ele parou, apertou-me a mão, olhou bem nos meus olhos, deixou de lado todas as suas outras preocupações e disse, simplesmente: "Sinto muito que às vezes estejamos tão ocupados. Creio que não lhe disse ultimamente o quanto o amo e respeito." Pude sentir o seu espirito; acreditar nele; e meus espirito se elevou a novas alturas. Se essa expressão emanar do coração, ela produzirá resultados. Ela trará paz e felicidade a uma alma perturbada. Por favor, tentem aplicar esses princípios seguidamente. Eu sei que vive aquele que estabeleceu esse padrão.

Discurso proferido na 147ª Conferência Anual da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em 3 de Abril de 1977.

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Ensinar as Crianças a respeito de Amigos e Amizade

Para os adolescentes e pais, a avaliação dos amigos nem sempre é um ponto em que há entendimento. A discussão geralmente prende-se aos hábitos ou maneiras desagradáveis dos amigos e sua influência potencialmente prejudicial. Mas a solução dessa controvérsia pode unir os jovens e os pais num momento crítico de sua vida. Certa família fez isso assim: "Decidimos que, quando um de nossos filhos tem um amigo cujo comportamento, atitude, maneira de vestir ou hábitos nos incomodam, consideraremos isso um problema de família. Os amigos são importantes, porque podem influenciar nossos filhos. Mas decidimos que a influência funciona nos dois sentidos, e a influência de nossa família pode ser tão grande sobre os amigos quanto a deles sobre nossos filhos. Assim, em lugar de dizer que Nataniel deveria estar menos com aquele garoto que tem um linguagem rude, ou que Elisabete não deveria ter permissão de passar tanto tempo com sua amiga que começou a namorar mais cedo do que nossos filhos podem fazê-lo, nós incentivamos a amizade, mas nos termos aprovados por nós. Incentivamos nossos filhos a convidarem frequentemente esses amigos para fazerem coisas das quais a família toda participa. Não procurávamos fazê-los sentirem-se pouco à vontade, ou colocá-los em situação embaraçosa, nem submetê-los a um exame. Simplesmente acreditávamos que, ao se sentirem pouco à vontade, ou colocá-los em situação embaraçosa, nem submetê-los a um exame. Simplesmente acreditávamos que, ao se sentirem bem recebidos, poderiam gostar de nosso jeito, e, se, gostassem de nosso modo de vida, poderiam querer fazer o mesmo, ou pelo menos respeitar a nossa maneira. E, além disso, por nossa vez, aprenderemos a estimá-los. Nossas tentativas de fortalecer essas amizades até agora não falharam. Todos os jovens amigos que foram recebidos dessa maneira, ou "adoptados", como dizem nossos filhos, provaram ser companheiros dignos de nossos filhos, e muitos deles tornaram-se bons e queridos amigos. Se o método parece idealizado, talvez seja porque é um dos "tesouros ocultos de conhecimento" prometidos àqueles que procuram seguir os mandamentos."

Começar Quando São Jovens

Idealmente, os melhores resultados são obtidos quando pai e mãe tornam conhecimento dos amigos de seu filho e suas actividades desde pequeno. Os pais precisam lembrar-se de que, embora as actividades das crianças menores possam parecer insignificantes e um simples entretenimento, são um assunto sério, mesmo, quando as crianças estão brincando de faz-de-conta, rindo e sendo patetas. É claro que haverá momentos de lágrimas e frustração, à medida que aprenderem a respeito de "dar e receber" na amizade. E essas coisas devem ser enfrentadas com calma compreensão da parte dos pais. Desavenças entre colegas de brincadeira são comuns e não devem levar os pais a tirarem conclusões apressadas a respeito da inabilidade do filho de se associar com outras pessoas. Todas as crianças têm desavenças, e até mesmo discutem. (Na realidade, aqui, os pais deveriam aprender a lição das crianças a respeito do perdão.) As crianças pequenas têm grande facilidade de perdoar umas às outras e continuar a brincadeira, mesmo depois de brigas acaloradas. Em certas ocasiões, temos de recorrer à nossa melhor capacidade de argumentação, para ajudar as crianças a verem as coisas pela perspectiva alheia. Além disso, aprendendo a resolver suas desavenças sem brigas, as crianças aprendem a se associar às outras pessoas adequadamente, e a ver o ponto de vista alheio. Como acontece quando se aprende outro idioma, as crianças precisam adquirir a consciência do outro, isto é, a consciência de que as outras pessoas têm necessidades exactamente iguais às suas. O exemplo dos pais neste aspecto é vital.

Descobrir e apreciar as necessidades alheias proporciona novo tipo de alegria à criança: aprender a fazer as outras pessoas felizes. Este é um elemento fundamental da amizade. Mas, como muitas virtudes, agradar aos outros pode chegar ao excesso. Descobrir o meio-termo entre agradar aos outros e fazer o que é certo começa em tenra idade e exige anos de prática. As crianças têm que desenvolver um saudável senso do próprio valor que lhes permita respeitar as outras pessoas, não valorizando demais suas opiniões, sem, contudo, considerar seus amigos menos importantes que elas próprias. À medida que as crianças crescem, começam a seleccionar mais conscientemente com quem querem brincar ou não. Às vezes, sua escolha é baseada em critérios justos, mas em outras é baseada na observação muito superficial. Nossa sociedade é feita de aparências. Muito do que nos atrai é apresentado só para ter a melhor aparência possível. Assim, tendemos a nos apresentar da mesma forma aos outros para avaliação. Ele está usando a marca certa de roupas? Eles fazem parte dos "pobres"? Nessa perspectiva, as crianças deixam de apreciar os outros pelo que são, em lugar de pelo que simplesmente parecem ser. É uma maneira falsa de ver o mundo.

Amizade Dentro do Lar

As primeiras amizades que as crianças fazem são com os membros da própria família. Na verdade, é importante que nossos filhos sejam amigos uns dos outros e nossos, para não buscarem desesperadamente aceitação fora da família. A amizade também une a família e nos fornece oportunidade de ajudar a fortalecer esses relacionamentos. Ela nos permite ensinar as crianças a serem bons amigos e as coisas que a amizade deve incluir, como também outras que ela não deve incluir. Mais que isso, se pudermos tornar-nos amigos de nossos filhos, criando condições de confiança, respeito e amor, nosso lar estará aberto e atrairá os amigos de nossos filhos à medida que crescerem. Seus amigos reconhecerão que nosso lar é um local agradável, e respeitarão, se não os adorarem, os padrões que fazem nossa casa ser como é.

Entender os Adolescentes e seus Amigos

As crianças passam cada vez mais tempo com os amigos, à medida que crescem. É assim que deve ser. Consequentemente, não devemos estar tão preocupados com quanto tempo nossos filhos passam com seus amigos, mas sim com o que estão fazendo e com quem. O que estão fazendo é preparar-se para actuar como adultos, separando-se gradualmente de nós. Mas, às vezes, esse processo pode ser acelerado demais pelas tensões existentes no lar, que fazem os filhos procurar companheirismo em outro local. Tanto um ambiente rígido demais como um ambiente permissivo demais no lar podem criar necessidades não atendidas. Se os pais impõem limitações excessivas, a criança pode procurar amigos que lhes permitirão tomar decisões sem interferência. Por outro lado, ela pode buscar os amigos como um apóio, se os pais forem permissivos demais. Uma criança a quem se permite fazer o que quiser, pode procurar amigos que dêem algum sentido à sua vida, mesmo que o caminho seja errado. Entre os extremos, os pais podem influenciar a escolha dos amigos e condições de seus filhos. Criar um adolescente é como segurar um pássaro mão. Se apertar muito, o esmagará. Se ficar muito solto, ele voará.

Orientar os Adolescentes para Boas Amizades

Os pais podem chegar ao equilíbrio certo entre controle e liberdade ao orientar seus adolescentes, adoptando alguns princípios básicos do evangelho. O primeiro é consistência: ser justo e correcto ao estabelecer as regras, e administrar disciplina quando essas regras são quebradas. Os adolescentes precisam de consistência em sua vida. Assim tratadas, as crianças adquirem um senso de segurança. A inconsistência cauda frustração e pode motivar uma criança a passar a maior parte de seu tempo com amigos em quem confia. O mesmo acontece com o amor incondicional. Quando há tensão constante ou pouca comunicação no lar, a criança quase sempre procurará intimidade e compreensão em algum outro lugar. Até que os pais possam oferecer uma atmosfera de amor e aceitação sem críticas, nenhum tipo de preocupação com a escolha dos companheiros de nossos filhos surtirá efeito. Quando pudermos falar com eles, sem tom de voz acusador e até com fúria, haverá muito que fazer pelo desenvolvimento de sua compreensão a respeito da amizade e do valor dos amigos que trazem à tona o melhor da pessoa. O Elder Marion D. Hanks falou sobre a importância da amizade: "Uma das escolhas mais importantes que fazemos nesta vida é a dos companheiros com quem passaremos nosso tempo e vida... Os companheiros podem realizar coisas maravilhosas por nós. Se são alegres, generosos, atenciosos, honestos, provavelmente seremos também assim, quando estivermos com eles... Se usam vocabulário limpo e decente, nós também o usaremos. Se nossos amigos são propensos a pensamentos nobres e bondosos, provavelmente nos ajudarão a pensar assim também. Se seus hábitos são sadios e sensatos, seremos influenciados a ter hábitos semelhantes. Se seus actos são bons e construtivos, nós os acompanharemos" O tipo de amigos que nossos filhos escolhem é muitas vezes, influenciado pelo tipo de amigos que nós escolhemos. As crianças observam-nos quando trazemos amigos para casa, a fim de descobrir com que tipo de pessoas escolhemos passar o tempo. Nossos amigos respeitam nossos filhos e os tratam com bondade? Nossos amigos têm valores semelhantes aos nossos?

Fortalecer e Ampliar as Amizades

As crianças devem ser incentivadas desde a escola primária a se dedicarem a alguma actividade especial que desenvolva seus talentos e carácter. A actividade em si não é tão importante, mas que ela seja construtiva e que a criança queira realizá-la. Dessa maneira, não se torna mais uma coisa que o pais precisem repreender ou incitar a criança a fazer. As amizades estabelecidas na busca da aprendizagem e realização podem estar entre as mais satisfatórias. Isto é particularmente verdadeiro em relação a crianças tímidas ou que não se sentem à vontade com outras pessoas, porque aprender e fazer são o propósito principal, e convivência amigável é um subproduto. Os programas da Igreja visam envolver os jovens por essas mesmas razões e edificar sua fé em Deus. Se seu filho precisar de alguma coisa que porventura não esteja funcionando em sua área, poderia ser uma boa ideia falar com outras pessoas sobre essa necessidade. Muitas vezes é o bastante para iniciar alguma coisa proveitosa para todos. Pelo facto de nossos filhos estarem crescendo com o Evangelho de Jesus Cristo em sua vida, esperamos que o espirito e os princípios do evangelho sejam uma parte importante de suas amizades. Através de conversas frequentes com nossos filhos, à medida que crescem, podemos fortalecer continuamente em seu coração as qualidades cristãs do verdadeiro amigo: lealdade, confiança, coragem, compaixão e bondade. As crianças que aprendem esses atributos da amizade atrairão para si outras pessoas e influenciarão para o bem aqueles com quem fizerem amizades.

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A Organização Começa em Casa

Lyman de Platt

Eis aqui um ponto de partida para os pais preocupados em como envolver suas famílias no trabalho missionário, genealógico, do plano de bem-estar, e na educação familiar.

Pais, vocês já disseram a si próprios, coisas semelhantes a estas? "Sabemos muito bem disso, mas ainda não conseguimos fazer com que nos reunamos e nos ajoelhemos pela manhã e à noite para a oração familiar." "Nossos vizinhos mudaram-se ontem; parece ter-se passado tão pouco tempo desde que eles vieram morar aqui. Pretendíamos mesmo visitá-los e eventualmente tentar interessá-los no Evangelho, mas não o fizemos." "Não está longe a época em que nossos filhos deverão sair em missão, mas ainda não economizamos dinheiro suficiente, apesar de termos as melhores intenções." "A horta parece que nunca será feita." "O avô costumava contar histórias lindas a respeito da sua juventude. Gostaria de que as tivéssemos escrito, enquanto ele ainda estava vivo." "Não nos sentimos muito bem. Parece que sempre um de nós está doente. Por que não conseguimos iniciar algum programa de aptidão física para toda a família?" "O João terminará o liceu no ano que vêm, e acaba de me ocorrer que ainda não temos qualquer ideia quanto ao que fará depois de terminar - que tipo de emprego conseguirá arranjar, ou o que vai estudar." "Ficamos abismados ao ver como as crianças crescem rapidamente - elas não param! Mas, por alguma razão, elas não aprenderam as Escrituras como deveriam."

Algumas destas coisas aplicam-se a você? Se for como muitos pais que existem na Igreja, algumas destas situações se aplicam a você. Talvez já tenha parado para pensar e analisar o desempenho e progresso de sua família contra o que se espera de você como um pai no reino de Deus, e talvez tenha sentido que o que esperam de você é desnorteante. Por quê? Geralmente não é uma questão de crer, ou de desejar fazer o que é certo. Muitas vezes é apenas uma questão de saber como organizar a família.

Considere o exemplo de nosso pai Adão. Três anos antes de seu falecimento, Adão reuniu os dignos filhos no vale de Adam-ondi-Ahman. O Senhor Jesus Cristo apresentou-se naquela reunião familiar e dirigiu a Adão algumas palavras que deveriam ecoar na mente de cada pai: "Eu te separei para seres a cabeça... tu és o príncipe delas para sempre." (Doutrina e Convénios 107:55) Durante toda uma existência de retidão, Adão havia instilado em seus filhos, que com ele reuniram-se naquela ocasião solene, os princípios salvadores do Evangelho, e desse modo tornara-se seu pai, através de Cristo, na ordem patriarcal do Sacerdócio que existirá na eternidade. Referindo-se aos nossos dias, o próprio Adão, "movido pelo Espirito Santo", disse: "Ora, esse mesmo Sacerdócio, que existiu no princípio, existirá também no fim do mundo." (Moisés 6:7) Portanto, quando olhamos para nossas famílias actualmente, e imaginamos que elas também podem tornar-se parte dessa grande família eterna de deus, somos levados a perguntar seriamente a nós mesmos, se estamos ou não ensinando a nossos próprios filhos as coisas que lhes assegurarão a oportunidade de alcançar essa meta. Deveríamos providenciar que cada família fosse organizada segundo essa ordem do Sacerdócio - para enfrentar não apenas as necessidades da vida quotidiana, mas também para alcançar todas as metas louváveis da vida. Essas metas incluem bem-estar temporal; maturidade espiritual, social e intelectual; actividades recreativas; trabalho missionário, história da família e do templo. Em outras palavras, a organização familiar ideal seria padronizada de acordo com o reino de Deus, suficientemente flexível para diversificar e crescer à medida que os membros da família se tornassem mais experientes e numerosos. Isso proporcionará uma atmosfera em que os membros da família poderão associar-se e crescer em todas as fases da vida, até o máximo de suas habilidades.

Todas as famílias da Igreja - tanto as dos jovens casais que acabam de contrair matrimónio como as famílias mais idosas que já possuem grande reserva de experiência - podem começar a organizar-se fervorosa e ansiosamente para satisfazer suas diversas necessidades. Em ambos os casos, esse processo deve começar cedo - quando mais cedo melhor - pois é necessário estabelecer um alicerce bem sólido e desenvolver certos hábitos pessoais, se quiserem que os filhos cresçam com o treinamento, respeito, devoção, fé, conhecimento e humildade adequados. Os programas básicos do Sacerdócio, proporcionam essa estrutura à família. Entre eles, encontram-se as actividades do plano de bem-estar, do trabalho missionário e de história da família.

Plano de Bem Estar

Esse plano inclui o bem-estar físico e emocional de cada membro da família. Entre suas actividades, estão as entrevistas pessoais que o pai faz com os filhos, as reuniões do conselho familiar, reuniões familiares e os programas adequadamente organizados para o desenvolvimento físico, armazenamento doméstico, jardinagem, projectos agrícolas, estabelecimento de metas profissionais para cada membro da família e o orçamento familiar. Numa conferência geral da Igreja em 1975, o Bispo H. Burke Peterson disse: "Quando falamos em preparação familiar, devemo-nos referir às necessidades futuras previstas, quase esperadas, que podem ser resolvidas através de uma sábia preparação."

Trabalho Missionário

As famílias são as principais responsáveis pelo trabalho missionário da Igreja, e contam com a ajuda dos missionários de tempo integral e as organizações da Igreja. A actividade missionária em que se deve empenhar uma família que está em fase de desenvolvimento, pode consistir em economizar os fundos necessários para uma missão, a preparação pessoal, cumprir uma missão, e em ajudar nos projectos missionários da família ou da ala ou ramo. Preparar os jovens para a missão é mais responsabilidade da família do que qualquer outra pessoa. O pai deve ensinar seus filhos desde a infância, a fim de que possam estar preparados para cumprir uma missão. Todo o menino dever ter uma conta de poupança, cujos fundos serão destinados a esse fim. Os pais e avós devem conversar com eles a respeito de quando deverão cumprir a missão. Também é responsabilidade de cada família da Igreja, confraternizar com outras famílias. É uma grande bênção para uma criança crescer num lar em que os familiares oram pela família que estão tentando converter, em que pelo menos uma vez por mês fazem algo para que essa família saiba que eles a amam; e quando observam essa outra família vir para a Igreja e desfrutar das alegrias do Evangelho.

História da Família

A actividade genealógica começa ensinado aos filhos a apreciarem os laços e a herança familiar. Algumas maneiras de se alcançar esse objectivo é preparar um livro de recordação familiar, que é usado juntamente com as Escrituras para ensinar os filhos; dar ênfase à participação em organizações familiares maiores; participar de pesquisas genealógicas, do trabalho no templo e actividades subsequentes. Uma das coisas que mais distingue a humanidade de seu Pai Celestial é a imperfeição da memória humana. Frequentemente somos não apenas incapazes de nos lembrarmos de pequenos detalhes, mas temos também a tendência de esquecer prioridades e Convénios importantes. Nosso Pai Celestial ordenou que conservássemos um registo pessoal para compensarmos essa deficiência. A Igreja mantém um registo de tudo o que deve ser lembrado. Há registos de decisões tomadas, de experiências, revelações, discursos, ordenanças, e fichas de membro; e tudo isso faz parte de um livro de recordação feito para o reino de Deus. Do memo modo, o propósito dos sagrados registos familiares é ajudar os membros da família do reino a recordar as coisas que os ajudarão a alcançar a salvação e permitir que as ensinem a outras pessoas. Entre as coisas mais importantes a serem lembradas, encontram-se os príncipios do Evangelho, experiências e revelações sagradas, ordenanças realizadas para os membros da família, linhagens e a história pessoal de seus antepassados.

Educação Familiar

Naturalmente, o elo que une as três áreas de ênfase acima descritas, é a educação familiar, que inclui o ensino familiar. O pai aprende qual é o seu dever quanto às actividades do trabalho de bem-estar, missionário e genealógico de seus próprios pais, e mais tarde por intermédio dos líderes do quorum do Sacerdócio. Ele talvez mantenha um livro de anotações, onde estão ordenados e cuidadosamente registados todos os seus encargos, na devida ordem, para que possa ter essas responsabilidades, constantemente sob sua atenção, e avaliar com maior facilidade o seu progresso diário. Ele está, então, preparado para instruir sua família no tocante a esses assuntos e a respeito de todas as doutrinas do reino, e a exercer o seu Sacerdócio. Os mestres familiares visitam periodicamente a família para ver se tudo estão correndo bem. Assim instruída, a família tem a possibilidade de amadurecer rapidamente sob a influência doce e persuasiva do Espirito Santo. Os casais crescem juntos em retidão, permanecendo como Adão e Eva, à testa de nobres gerações. É isso que significa organizar a sua família. Mais tarde, a família organizada pode expandir-se até incluir as famílias individuais dos filhos, numa organização ainda maior.

O Presidente Joseph Fielding Smith colocou as organizações familiares num contexto eterno dizendo. "Nossas associações não se limitam apenas a esta vida, ou para o tempo, conforme distinguimos da eternidade. Vivemos para o tempo e para a eternidade. Nossa afeição e desejos são adequados e preparados para durar não somente durante a vida mortal e temporal, mas também para toda a eternidade. Que povo, além dos Santos do Últimos Dias, nutre o pensamento de que continuaremos a viver numa organização familiar além da morte, com o pai, a mãe e os filhos, reconhecendo-se mutuamente no relacionamento reciproco? A organização familiar, como uma unidade da grande e perfeita organização da obra de Deus, tem o propósito de continuar por todo o tempo e eternidade! ("The Restauration of all Things, discurso proferido em 3 de dezembro de 1944, através da estação radiofónica KLS.)

Certamente, para viver de acordo com a responsabilidade de sua organização familiar, um pai não poderia fazer nada melhor do que estabelecer como padrão para seu lar, o que foi dito sobre a casa do Senhor: "Organizai-vos; preparai todas as coisas necessárias; e estabelecei uma casa, mesmo uma casa de oração, uma casa de jejum, uma casa de fé, uma casa de ensino, uma casa de glória, uma casa de ordem, uma casa de Deus." (Doutrina e Convénios 88:119)

Para qualquer pai, tal desafio requer estudo, planeamento, oração e sacrifício; mas as bênção que estão preparadas para esse pai e essa família, valem o esforço que deles é requerido. Se sua família está à deriva, pouco interessada nos programas da Igreja, tente estabelecer uma organização familiar. Ela foi criada para você; ela pode ajudá-lo; ela faz parte do Evangelho destes últimos Dias.

Lyman de Platt, especialista em serviços instrutivos da Departamento de História da Família da Igreja, é professor da escola Dominical da Ala de Spring Lake, Utah.

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Mitos do Casamento: Algumas coisas que não são bem assim.

Steve F. Gilliland

Numa tarde de domingo, quando eu era bispo, uma mulher muito desiludida veio falar comigo. Ela e sua família numerosa haviam-se mudado recentemente para a ala. Contou-me que, na fase de crescimento, havia sido ensinada muitas vezes que, se vivesse fielmente e buscasse orientação do espirito, ela encontraria "um companheiro eterno", e que o casamento no templo e uma vida digna lhe garantiriam um matrimónio feliz. Procurou seguir esse conselho, mas, após vários anos de um casamento aparentemente sadio, seu marido a abandonara por outra mulher, deixando-a com vários filhos e sem apóio financeiro. "O que saiu errado?" perguntou. "Deus não mantém a sua promessa?" Após reconhecer seus sentimentos de dor e confusão, assegurei-lhe que Deus a amava e sugeri que o problema não estava em Deus ou nela, mas no seu ex-marido e nas pessoas que a fizeram acreditar em algumas coisas que não são bem assim. As pesquisas, sem dúvida, indicam um índice menor de divórcios entre aqueles que se casam no templo. Mas, apesar de o casamento no templo colaborar significativamente para a união do casal, ele não garante um vínculo permanente. O evangelho não promete a ninguém o parceiro "único e ideal". Contudo, ensina-nos a edificar um casamento significativo. A revelação pode orientá-lo(a) a casar-se com alguém que potencialmente permanecerá um bom cônjuge. Mas o indivíduo é livre e pode optar por rejeitar esse potencial. É livre para violar os convénios, seja por actos deliberados ou deixando do relacionamento fenecer. O único caminho para um casamento feliz é marido e mulher trabalharem abnegadamente juntos, para que isso aconteça. Aqueles que se acomodam, esperando que o Senhor torne um casamento feliz, provavelmente ficarão desapontados. Aqueles que lutam muito, mas têm um(a) companheiro(a) que não coopera, terão o apóio e a orientação do Senhor. Se continuarem a viver rectamente, nada lhes será negado na eternidade. A desilusão dessa mulher é apenas um exemplo dos muitos mitos sobre o casamento que as pessoas acreditam. Vejamos alguns outros.

"Meu(minha) amado(a) mudará depois do casamento."

As pessoas mudam; contudo, o prognóstico mais apurado sobre o tipo de companheiro(a) que seu(sua) amado(a) será no futuro, é o tipo de companheiro(a) que ele(a) é agora. Aqueles que se casam com uma pessoa com a intenção de modificar completamente sua personalidade ou de convertê-la, geralmente sofrerão sérios desapontamentos.

"As coisas serão melhores depois..."

Há crises temporárias que precisam ser toleradas, horas em que a pressão é grande, e será preciso ter paciência e sacrifício. Mas, frequentemente, o que achamos ser uma crise temporária é realmente parte do nosso modo de viver escolhido. O homem que adia passar mais tempo com a esposa e família até estar menos ocupado, pode não mais encontrar esse tempo. Adiar o fortalecimento do relacionamento familiar pode significar a perda dele. Conheço vários homens e mulheres que sacrificaram carreiras importantes, e até oportunidades na Igreja para preservar um relacionamento familiar significativo e duradouro. Eles não lamentam sua decisão.

"Se ela (ou ele) se modificasse, tudo seria óptimo."

A suposição fundamental aqui é: "Certamente não sou eu o(a) culpado(a)." A única pessoa que podemos realmente modificar é o próprio eu. O Salvador Jesus Cristo nos disse que não podemos querer remover o argueiro no olho de alguém, até termos removido a trave do nosso próprio (Ver Mateus 7:3-5) Reconhecer a trave - nossas fraquezas - pode não ser fácil, mas encontrá-la e removê-la de nossa vida fortalecerá muito mais o casamento do que insistir nos defeitos do nosso cônjuge.

"Se ele realmente me amasse, saberia como me sinto."

Conheço uma mulher que se considerava ofendida com alguns hábitos higiénicos de seu marido. Quando finalmente ela lhe contou, ficou escandalizada com o alívio dele. Ele não fora capaz de entender por que ela se havia tornado tão fria com ele, e interpretou sua atitude como se ela simplesmente tivesse deixado de amá-lo. O amor não elimina automaticamente as diferenças pessoais e possíveis desentendimentos, mas provê uma base para compartilhar sentimentos, sem medo de serem rejeitados ou magoados.

"A minha é a maneira certa."

É fácil achar que nossa visão das coisas seja a mais acertada, e uma vez que modifiquemos a maneira de pensar de nosso cônjuge, o problema estará resolvido. De facto, na maioria dos conflitos, ambas as posições são "certas", dependendo do ponto de vista. Nosso desafio não é convencer o outro de que está errado, mas entender o ponto de vista de nosso cônjuge. Conhecer o ponto de vista de minha esposa ajuda-me a compartilhar melhor o meu próprio. Nós podemos não concordar plenamente o tempo todo, mas ouvir e procurar entender demonstra que nos preocupamos. Muitas pessoas, de facto, estão mais propensas a dar atenção a alguém que se preocupa, do que a alguém que está "certo".

"Se nos amarmos mutuamente e tivermos o espirito do Senhor, não teremos divergências sérias."

É natural experimentarmos diferenças de opinião, sempre que interagirmos sinceramente com os outros. A chave para a harmonia no casamento não é a ausência de conflitos, mas o compromisso com coisas maiores que o próprio eu - nosso casamento, nossa família, o Salvador. Minha mulher e eu, às vezes, temos grandes conflitos de idéias, mas estamos mais empenhados em nosso relacionamento do que em vencer determinada discussão. Devido a esse empenho, nossas diferenças de opinião frequentemente nos têm aproximado mais. Elas nem sempre acarretam concordância total, mas ajudam a nos compreendermos e nos conhecermos melhor e salientar nossas metas comuns. O Salvador ensinou que "aquele que tem o espirito de discórdia não é meu". (3 Néfi 1:29) A pessoa teimosa "sabe" que está certa. Não ouve. Está mais ocupada defendendo seu próprio ego e provando o erro do cônjuge, do que interessada em considerar os sentimentos ou ideias dele. É possível ter divergências sem brigar, se formos sensíveis aos sentimentos e ideias do outro. Estar "pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar". (Tiago 1:19)

"Devo ter sentimentos afectuosos e apaixonados por meu cônjuge o tempo todo ou não estou amando."

Ás vezes, comparamos o entusiasmo que sentíamos durante a época do namoro com o verdadeiro amor. Então, no casamento, quando os conflitos emergem, achamos que cometemos um erro. Na maioria dos casamentos felizes, os conjugues têm dificuldades entre si - podem até ter enfrentado breves períodos de conflito em que não se apreciaram muito. A despeito de seus sentimentos, eles continuaram fiéis ao seu relacionamento. Em vez de se preocuparem com os sentimentos negativos, concentraram-se num procedimento amoroso que acabou resultando num aprofundamento do amor que achavam impossível.

"Sempre devo ser honesto e franco em tudo o que penso e sinto, não importa quanto doa."

Honestidade e confiança são essenciais no casamento, mas expressar opiniões muito críticas baseadas em desagrados emocionais profundamente enraizados pode ser prejudicial. Qual é seu objectivo ao partilhar seus sentimentos? Se você está tentando "fazê-lo pagar pelo que fez" ou "mostrar como ela é realmente maçadora", então você poderá estar destruindo seu relacionamento. Talvez se sinta melhor depois de "desabafar" o que sente, mas as consequências de longo alcance dessa atitude podem fazê-la sentir-se pior. Por outro lado, se você fala, porque se preocupa com seu cônjuge e deseja edificar seu relacionamento, então como você se sente é apenas uma consideração. Os sentimentos e reacções de seu cônjuge serão igualmente importantes para você. O cônjuge preocupado não compartilha apenas, mas também pergunta e ouve. A escolha do momento apropriado é importante, quando se quer falar de sentimentos. Se minha mulher teve um mau dia, e está exausta e desanimada quando chego a casa, a última coisa que ela deseja ouvir é uma critica minha. Mais tarde, à noite, após tê-la ajudado a arrumar a cozinha e colocar as crianças na cama, ela pode estar mais disposta e apta a ouvir o que tenho para dizer. Lembre-se de que algumas coisas é bem melhor não dizer. Olho para trás e lembro-me de várias ocasiões em que fui tentado a explodir com minha mulher por coisas insignificantes que pareceram grandes no momento. Sou grato por aqueles momentos em que fiquei calado e por tê-los deixado passar. Mas estou também agradecido pelos momentos íntimos e dolorosos, quando corri o risco e compartilhei sentimentos negativos e significativos tão clara e gentilmente quanto pude. Não é fácil determinar a diferença entre insignificante e significativo. Acho que, se uma irritação persiste e parece estar afectando o relacionamento, então deve ser mencionada.

"Se estou angustiado, não sou responsável pelo modo como trato os outros."

Um marido volta para casa do trabalho mal-humorado, critica a esposa enquanto assiste à televisão sentado numa cadeira confortável, no momento em que ela se esforça para pôr os filhos na cama, e depois ele espera alguma demonstração de carinho por parte dela. Quando a mulher lhe fala de sua frustração, ele racionaliza: "Tive um mau dia no serviço." Um mau dia ou sentimentos desagradáveis nunca são desculpa para atitudes rudes ou indelicadas. Nosso Salvador é o exemplo. Sua vida foi repleta de "maus dias". As pessoas procuravam apanhá-lo em suas palavras; elas o aceitaram quando as alimentou, e abandonaram-no quando sua doutrina lhes pareceu dura; e acabaram tirando-lhe a vida. Ainda assim, ele nunca usou essas experiências como desculpa para menosprezar ou ferir o próximo. Suposições falsas podem prejudicar, até mesmo destruir um casamento. É importante que os casais encarem seu conceito do casamento à luz das verdades do evangelho, a fim de rejeitarem os mitos e desenvolverem um relacionamento amoroso que permanecerá para sempre.

Steve F. Gilliland, director do Instituto na Universidade Estatal de Long Beach, é pai de oito filhos.

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Tempo Para Falar; Conselho para os pais

por George Durrant

Como pai, fiz três descobertas que tiveram grande influência sobre mim. São elas:

1. A única oportunidade de meus filhos falarem comigo é quando estou com eles.

2. Seja o que for que meus filhos queiram falar comigo é importante.

3. Eu faço muito melhor em ouvir o que meus filhos têm a dizer do que falando-lhes.

Estou convencido por experiência própria de que aplicando estas três descobertas, as reuniões familiares alcançam muito maior êxito. Explico por que: Minha primeira descoberta pode não parecer muito profunda, mas acho que seja talvez a maior coisa que já aprendi como pai.

Descobri também que se eu não me limitar apenas a estar com o meu filho, mas fizer algo com ele, algo de que ele gosta, é mais provável que fale comigo. Muitos pais admiram-se porque não conseguem comunicar-se com os filhos. A causa provável é que nunca passam horas agradáveis, descontraídas e de lazer com os filhos. Quem é ocupado demais para isto está de facto demasiado ocupado.

Sim, é preciso estar com os filhos. Quero dizer, estar realmente com eles, tanto mental como fisicamente.

No tocante à minha segunda descoberta, poderiam pensar que falar de carros, música, desporto ou sei lá que mais assuntos aparentemente fortuitos, não se pode considerar como comunicação profunda. Todavia, descobri que conversando sobre tais coisas com os meus filhos ocorre algo que nos faz sentir mais chegados. Quando esperamos pelas discussões sobre assuntos profundos, esperamos por algo que talvez jamais aconteça, a não ser que nos comuniquemos constantemente sobre assuntos fortuitos. E nas reuniões familiares, eu tenho que falar sobre o que quer que seja que meus filhos desejem abordar - porque, quando conversamos eu sei que estamos fazendo algo muito importante, pois além de tudo mais, enseja muitas oportunidades para ensinar a respeito de assuntos de suma significância.

Minha terceira descoberta aconteceu ao aprender gradualmente que meus filhos não querem saber de minhas respostas "feitas e aceites". Pelo menos, não imediatamente. Para eles poder fazer perguntas e falar sobre seus problemas é mais importante do que obter minhas respostas. Geralmente quando puderam falar à vontade, e eu fiquei ouvindo o tempo suficiente, eles na verdade não precisaram de minhas respostas. Eles próprios já encontraram as suas. E quando fico ouvindo sem me irritar, temos reuniões familiares que são entendimento recíproco e não um "sermão" unilateral.

Estas três coisas, aliadas a fervorosas preces ao Senhor buscando orientação, podem contribuir em muito para garantir o sucesso na maior de todas as nossas responsabilidades - a da paternidade.

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Esta página foi actualizada em 10 de Abril de 1997.