O terceiro maior teatro de ópera do Brasil

Depois de 16 anos o Theatro Pedro II reabriu as portas para uma nova temporada. Fechado desde o dia 15 de julho de 1.980, quando um incêndio quase o destruiu, o Theatro Pedro II volta a viver dias de arte e glória.

O Theatro Pedro II é considerado o principal marco cultural e histórico de Ribeirão Preto. Construído pela Companhia Cervejaria Paulista e inspirado nas casas de espetáculos da Europa, o teatro foi inaugurado em 8 de outubro de 1.930, com a exibição do filme "Alvorada do Amor". Representava o poder da sociedade cafeeira , e foi palco de grandes espetáculos. Tornou-se uma referência cultural para Ribeirão Preto.

Na década de 60 passou a pertencer à Companhia Cervejaria Antarctica, que havia comprado a Companhia Cervejaria Paulista. Nesta época o Theatro Pedro II já havia iniciado a sua decadência, e funcionava como cinema.

E foi durante uma matinée, no dia 15 de julho de 1.980, que um incêndio quase o destruiu - o palco, a cobertura e praticamente todo o seu interior. O teatro fechou então.


A Reconstrução

Começaram as mobilizações populares visando a recuperação do Theatro Pedro II. Foram feitos espetáculos e campanhas de arrecadação de dinheiro. Em consequência desses movimentos, o teatro é tombado pelo Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo. Em 1.991 inicia-se a restauração e modernização do Pedro II, com a preocupação de manter-se o projeto original da construção. Os trabalhos no teatro - com 5 mil m2. - foram coordenados pela administração municipal que estabeleceu parcerias com a iniciativa privada, com empresas como a Siemens/Equitel, Fundação Roberto Marinho e o antigo Banco Nacional, hoje Unibanco, sendo que a engenharia da obra foi executada pela Jábali Aude Construções. O custo total foi de R$ 4 milhões.

Cerca de mil profissionais, entre operários, engenheiros, arquitetos e restauradores trabalharam na reconstrução do Theatro Pedro II.

As reformas ampliaram o teatro, transformando-o no terceiro maior teatro de ópera do Brasil. Além de manter as caractecrísticas originais, o Theatro Pedro II ganhou oficina de cenário; carpintaria; uma Sala de Balé destinada a abrigar um corpo de baile; um Teatro de Câmara no subsolo, com capacidade para 198 pessoas; além de recursos de mecânica cênica e infraestrutura de serviços como elevadores, sistema computadorizado de iluminação e climatização, e modernos mecanismos de combate a incêndio.

Para o trabalho de restauração foi feito um minucioso levantamento de informações, em documentos e fotos antigas, e através de entrevistas com antigos moradores. O resultado, pela precisão e qualidade, recebeu moção de louvor do Condephaat.

O Theatro Pedro II recebeu das mãos da renomada artista plástica brasileira Tomie Ohtake o toque de modernidade em sua arquitetura. A cúpula tornou-se um espetáculo à parte. O desenho, inspirado no movimento das águas, compõe-se de duas cúpulas de gesso, uma delas recortada, deixando passar a luz de lâmpadas especiais colocadas entre elas. O trabalho se completa com um lustre de cristal, em forma de gota, de 1.400 quilos e com 2,70 metros de altura por 2,2 metros de largura.

Sobre a sua intervenção no Theatro Pedro II Tomie Ohtake disse: "Considero este trabalho um dos mais importantes da minha vida. É uma experiência inédita. Apenas grandes artistas tiveram oportunidade de pintar ou esculpir teatros dessa grandeza".

O teatro foi reinaugurado no dia 19 de junho de 1.996, data do aniversário de Ribeirão Preto. No programa, o concerto da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Mas a programação de reabertura do Theatro Pedro II foi extensa. Durou de 27 de maio a 30 de junho, com espetáculos nacionais e internacionais, quase diáriamente, que atrairam milhares de pessoas.


      

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