Marilson Fernandes de Oliveira; poderá ser
vereador em 2000 |
ENTREVISTA
Nosso entrevistado especial desta edição é Marilson
Fernandes de Oliveira, 29 anos, solteiro, natural de Belo
Horizonte/MG.
Ele é portador de deficiência física desde os dois
anos de idade, vítima de poliomielite (paralisia
infantil). Ex-Coordenador da Associação Habitacional de
Gov. Valadares, ex-membro do Conselho Municipal de
Assistência Social e do Movimento Estudantil. Um dos
fundadores e atual presidente da Associação dos
Deficientes Físicos de Gov. Valadares (ADEF-GV).
1 - Jornal Adef/Gv: Marilson, há quanto tempo
você está na presidência da ADEF-GV e quais os
projetos já realizou?
Marilson: Exatamente 2 (dois) anos e 1 (um) mês.
Quando disputei o cargo de presidente na Associação,
fiz compromisso com três projetos, que a meu ver eram os
mais urgentes: organizar os documentos da entidade; fazer
convênios de forma a inserir os deficientes no mercado
de trabalho; conseguir uma área para construção da
sede própria. Consegui realizar os dois primeiros, a
documentação foi legalizada e o convênio com os Correios possibilitou a
colocação de vários deficientes no emprego. Não fiz
tudo, ainda há muito por fazer. Mas conto com o apoio e
dedicação da Diretoria, Conselho Fiscal e de todos os
sócios, além de contar sempre com as bênçãos de
Deus.
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2 - Jornal Adef/Gv: Como e por
quem foi composta a atual Diretoria?
Marilson: No dia 17/08/97 concorremos contra a
chapa encabeçada por Carlos Augusto, tivemos o apoio da
ex-presidente Tânia Maria Dias e de vários deficientes.
A nossa Diretoria foi composta por: Presidente: Marilson
Fernandes de Oliveira, Vice:Wildes Araújo da Silva (
atualmente destituído), 1º Secretário: Clóvis Marques
da Silva Oliveira, 2ª Secretária: Vânia Lúcia,
Diretor-Financeiro: Pedro Cunha Neto, Vice-Diretora
Financeira: Maria da Penha, Diretora de Comunicação,
Promoção e Eventos: Silene Lima Gomes.3 - Jornal
Adef/Gv: Como você avalia esses primeiros 10 anos da
ADEF-GV?
Marilson: A ADEF-GV em seus primeiros anos de
existência deu uns passos importantes, que foi a
conquista do passe livre para os deficientes e a
criação da Coordenadoria de Apoio ao Deficiente (CAD),
tendo à sua frente a amiga e companheira Marlene Magela,
que é muito competente e atende os deficientes com muito
zelo e prazer. Depois de uns anos, foi como se quebrasse
as pernas da ADEF-GV; Os passos passaram a ser menores e
a entidade parou no tempo. Não conseguiu desenvolver
projetos, que de fato fortalecesse a entidade e assim
poder apoiar mais os deficientes. Hoje a entidade deveria
ter uma sede própria com consultórios, salas para
reuniões, congressos, festividades afins e quadras
poliesportiva. A entidade voltou a dar alguns passos e a
se organizar na gestão da ex-presidente Tânia Maria
Dias.
4 - Jornal Adef/Gv: O que a parceria com os Correios representa para os
associados?
Marilson: Representa a verdadeira integração do
deficiente no mercado de trabalho e na sociedade, é a
possibilidade de mostrar que o deficiente é eficiente,
apenas com algumas limitações.
5 - Jornal Adef/Gv: Quem viabilizou a vinda da
Franquia dos Correios para
Valadares?
Marilson: Foi através de uma ampla negociação
com os Correios e Associação Mineira de Paraplégicos
(AMP), que consegui trazer a Franquia para Valadares. Com
esta vitória a nossa entidade conseguiu colocar vários
deficientes no mercado de trabalho.
6 - Jornal Adef/Gv: Quais os projetos serão
ainda desenvolvidos na sua gestão?
Marilson: Construção da sede própria,
convênios com farmácias e hospitais, conscientização
junto ao empresariado para contratação de mão-de-obra
de portadores de deficiência, recursos junto ao INSS
para aposentadoria de quem se enquadra na lei,
assistência jurídica e assistência social.
7 - Jornal Adef/Gv: Você acha importante que a
ADEF-GV tenha representante no Legislativo? Porquê?
Marilson: Sim. A importância de termos um
representante na Câmara Municipal é medida na
dificuldade de conseguirmos benfeitorias para a entidade,
que possibilitaria melhor atendimento aos deficientes.
Precisamos ter um representante que saia de uma ampla
discussão interna, porque só assim nós poderemos
cobrar mais empenho do nosso vereador. É importante que
tenhamos consciência na escolha de nosso representante,
para escolhermos alguém que de fato irá nos
representar, alguém que esteja engajado nas lutas dos
deficientes, que sendo eleito não nos abandonará e não
irá nos decepcionar.
8 - Jornal Adef/Gv: Como você gostaria que a
ADEF-GV estivesse daqui a 10 anos?
Marilson: UMA POTÊNCIA. Uma entidade igual a
nossa precisa ser forte e poder dar mais apoio |