AMEAÇAS ÀS TARTARUGAS MARINHAS
Doenças e parasitas:
Fibropapilomatose cutânea, uma doença das Tartarugas Verdes, é um
tumor que pode causar sua morte indiretamente; tartarugas que têm a visão bloqueada pelos tumores
não conseguem se alimentar corretamente; estudos sobre a origem desta doença estão sendo
realizados. Espiroquidíase resulta em anemia e enterite. fazendo com que as tartarugas morram ou
se tornem mais suscetíveis a se estressarem. Infecções bacterianas ou por fungos em ovos pode ser
a maior causa de mortalidade.
Outras tartarugas desovando: Quando há muitas fêmeas desovando em um mesmo local, como nas
arribadas, várias delas podem fazer seu ninho sobre outro podendo
quebrar os ovos ou impedir que os filhotes consigam chegar à superficie.
Predação: Os ovos e filhotes na praia, são predados por coiotes, quatís, caranguejos,
falcões e raposas. Já nos filhotes na água, os predadores passam a ser uma grande variedade de
pássaros e peixes. Juvenis e adultos são comidos por tubarões e outros grandes peixes, bem como a
baleia Orca. No caso de fêmeas desovando na praia, não há evidência de predação natural, sem ser
por seres humanos.
Vegetação: É a menor causa de mortalidade natural, raízes de plantas podem invadir os
ninhos das tartarugas e causar mortes. As plantas podem também prender as tartarugas; filhotes
podem ficar emaranhados quando estão indo para o mar e fêmeas desovantes podem ficar fatalmente
presas na vegetação da praia.
AMEAÇAS NATURAIS ABIÓTICAS
Chuvas fortes: Podem destruir um grande número de ninhos. 15 de 17 ninhos de Caretta
caretta depositados na Geórgia (EUA) foram afogados por uma chuva forte em 1955 e 1957.
Erosão, acresção e inundação pela maré: Ninhos depositados em praias podem ser destruidos
por erosão ou acresção. Muitas tartarugas depositam seus ovos abaixo da linha de maré alta, com
isso, estão em áreas vulneráveis à inundação pela maré. 40% à 60% dos ninhos da Tartaruga de
Couro no Suriname estão nestas áreas, comparado com 12% dos ninhos de Tartarugas Verdes.
Estresse térmico: Hipotermia em tartarugas marinhas pode causar um estado de coma e
resultar em morte. As de menor tamanho estão mais suscetíveis à hipotermia.
AMEAÇAS ASSOCIADAS COM ATIVIDADES HUMANAS
Aumento da presença humana: Isto pode causar a interrupção da fêmea desovante, em qualquer
estágio do processo de desova. Estes distúrbios na praia podem fazer com que a fêmea abandone
esta praia, atrase a postura dos ovos e selecione uma praia ruim para a desova. Há também o risco
de atropelamento, tanto de filhotes quanto das fêmeas, por veiculos.
Caça e coleta de ovos: Antigamente era comum matar as tartarugas marinhas para se consumir
a carne e usar o casco para fazer armações de óculos, pentes e enfeites. Geralmente elas eram
apanhadas quando subiam à praia para desovar. Os ovos eram retirados para alimentação da
comunidade de pescadores. Hoje a caça e a coleta de ovos estão proibidos por lei.
Colisão com barcos: Locais onde há altas taxas destas colisões estão concentradas onde há
grande tráfego de embarcações recreativas.
Erosão e acresção da praia: A interferência humana nos processos de erosão e acresção
através do desenvolvimento costeiro e atividades associadas resulta na aceleração da taxa de
erosão. Acresção (deposição de sedimentos de praia) também matam os ovos nos ninhos.
Iluminação artificial: Luzes artificiais de prédios, veículos, ruas e outros podem causar
a desorientação dos filhotes de tartarugas, pois estes se guiam pela claridade para chegar até o
mar. O resultado disso é geralmente fatal, fazendo com que os filhotes andem para o lado oposto
do mar.
Poluição: A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos interfere na
locomoção e alimentação e prejudica o ciclo de vida desses animais.
Redes de pesca: A pesca às tartarugas marinhas é proibida por lei federal, mas
freqüentemente elas se emalham acidentalmente nos diversos tipos de artes de pesca, e sem
conseguir respirar, acabam desmaiando. Os pescadores achavam que já estivessem mortas e
jogavam-nas de volta para a água, provocando assim sua morte por afogamento. Com o trabalho do
Projeto TAMAR estes pescadores aprenderam a reanimar as tartarugas.
Sombreamento: Construções altas no litoral podem aumentar o sombreamento das praias,
diminuindo assim a temperatura média da areia e provocando um aumento no número de filhotes
macho. Pode causar um desequilíbrio ecológico.