O Clero no romance

"O Crime do Padre Amaro"

 

 Ponto de Vista

 "O Crime do Padre Amaro" é um romance repleto de críticas sociais com seus personagens caricatos, ricamente trabalhados. Estabelecem as variantes sociais: o cético homem da ciência; as fanáticas beatas; a mal estruturada sonhadora; o honesto trabalhador, limitado pelos seus brios na evolução social; os manipuláveis empregados, facilmente seduzidos por algumas moedas e, acima de tudo, o clero, detentor do acesso ao ceú, proprietário, por assim dizer, da eternidade. A Igreja e seus fanáticos, uma forma de governo paralela, tão ou mais forte que as leis das Constituições, talhando homens, fazendo história. O questionamento foi e é necessário na busca do equilíbrio entre a fé e a razão. "O Crime do Padre Amaro" será sempre atual e por isso seu autor eterno.

 

Naquele momento histórico extremamente fértil às críticas, Eça de Queirós publica seu livro "O Crime do Padre Amaro", repleto de observações sociais, dentre as quais salienta-se a crítica à atuação do clero na sociedade lusitana.

 O autor não traz à tona somente aspectos negativos da Igreja Católica, mostrando com isso que não é a religião em si, mas o que os homens fazem dela, seu objeto de recriminação. Com respeito ao personagem Abade Ferrão, o autor cita: ("... a pureza de seus costumes era tão célebre, que lhe chamavam "a donzela".") – pág. 293 ("O bom Ferrão, .... percebera bem ao princípio que tinha diante de si uma dessas degenerações mórbidas do sentimento religioso, que a teologia chama Doença dos escrúpulos") – pág. 294 ("... sentia-se triste, pensando que por todo o reino tantos centenares de sacerdotes trazem assim voluntariamnete o rebanho naquelas trevas de alma, matando o mundo dos fiéis num terror abjeto do Céu, representando Deus e os seus santos como uma corte que não é menos corrompida, nem melhor, que a de Calígula e dos seus libertos) – pág. 295

 Há menção a obra de estudos anticlericais de Joseph-Ernest Renan (1823-1892), criticando o fruto da educação religiosa. ("Pede-me que insulte os princípios da religião, que achincalhe o Redentor, que repita as baboseiras de Renan,... o senhor está ébrio") – pág. 177

 A narrativa onisciente, pretendidamente neutra no movimento Realista/Naturalista, neste romance acaba por dar relevo aos ideiais sociais e políticos do autor. A postura de Eça nos permite avaliar o contexto social vitimado pela corrupção e hipocrisia clerical.

 De fato, a própria "tradição" dos vícios da Igreja Católica, seus antecedentes, acrescentam um toque realista à obra. (Cumprindo assim a proposta do próprio movimento literário, o Realismo – de expor a problemática social embasada em leis causuísticas.)

 A Reforma da Igreja Católica - como ficou conhecido o conjunto de movimentos de caráter religioso, político e econômico, com início na Alemanha - que contesta os dogmas católicos, entre 1517 e 1564, provoca a separação de uma parte da comunidade católica da Europa, originando o protestantismo. Eça de Queirós, no século XIX, ainda reclama o comportamento ético desta Igreja.

 No romance "O Crime do Padre Amaro", ressaltamos alguns fatos que foram direta ou indiretamente abordados pelo autor, que séculos antes geraram o Protestantismo, dentre outras facções da Reforma da Igreja Católica.

 

O papa Inocêncio VIII, no século XIII. Era pai de 16 filhos ilegítimos e ordenou a execução dos Valdenses que acreditavam verdadeiramente na Bíblia.

 

Padre Amaro, à propósito da decisão de que fazer com o seu filho prestes a nescer. ("_ Diga lá, Dionísia. As mulheres matam-nas? ...") – pág. 321 E Amaro consigo mesmo ("Ah, se o fruto nascesse morto! Que solução natural e perpétua! E para a criança, uma felicidade! Que destino podia ter neste duro mundo? Era o enjeitado, era filho do padre" .... "Realmente o nome era bem posto, tecedeira de anjos... Com razão") – pág. 222 ("E todavia, se ambas morressem, ela e a criança, era o seu pecado, o seu erro que caiam para sempre nos escuros abismos da eternidade... Ele ficava, como antes da sua vinda a Leiria, um homem tranquilo, ocupado de sua igreja, duma vida limpa e lavada como uma página branca") – pág. 332 Isto mostra que os valores de Amaro estavam distantes de ser cristãos ou simplesmente humanos. Amaro é moldado de forma a revelar-nos seu egocentrismo, mesmo que seu histórico nos deixe claro ter entrado para o sacerdócio por contingências além da sua vontade. Mas isto certamente ocorria com muitos homens; tornar-se padre dava status também para a família. Com isso, muitos padres não o eram por vocação, senão por falta de opção. A deslealdade na educação desses homens comprometeu a educação de muitas gerações, que atrelada à falsos valores morais e espirituais, pecavam antes de tudo como seres humanos e nutriram grande sentimento de culpa por isso. Ainda permanecem na nossa sociedade fortes resquícios duma fé distorcida e insalubre.

 O padre Natário vivia com duas sobrinhas órfãs, declarava-se extremoso por elas, costumava chamar-lhes as "duas rosas do seu canteiro" (pág. 83) Embora sem afirmações, fica sugerido no romance a possibilidade da paternidade de Natário. Sugestão semelhante é feita ao cônego Dias (" ... vivia só com uma irmã velha... Mas o fato saliente de sua vida – o fato comentado e murmurado – era sua antiga amizade com a Sra. Augusta Caminha, a quem chamavam a S. Joaneira...") – pág. 19

  

O celibato não funcionava de fato. Todos sabiam que os sacerdotes eram imorais.

 

("E era isto que lamentava, esta diminuição social da igreja, esta mutilação do poder eclesiástico, limitado ao espiritual, sem direito sobre o corpo... necessitava que os escreventes e as Amélias tremessem da sobra da sua batina...") – pág. 104. Era esse o pensamento de Amaro, a propósito das suas limitações como padre. Sempre teve pronunciada sua masculinidade, e mesmo no seminário, entediado pela rotina e acuado pelo temor a Deus , via manifestar-se nele a curiosidade, o interesse pelo sexo oposto.

 Nem mesmo a imagem da Virgem Maria lhe passara desapercebida... ("... ficando a contemplar a litografia, esquecia a santidade da Virgem, via apenas diante de si uma linda moça loura; amava-a, suspirava" ... "... ousava erguer as pregas castas da túnica azul da imagem e supor formas, redondezas, uma carne branca...") – pág. 35

 A presença de uma mulher bonita despertava-lhe desejos e criava fantasias sobre possíveis desfrutes...("... e perseguia-o a brancura dos braços de Teresa, sob a gaze negra! .... um dia poder confessar aquela mulher divina, e sentir o seu vestido de seda preta roçar pela sua batina... na escura intimidade do confessionário") – pág. 47 ("... pertubado por aqueles períodos sonoros, túmidos de desejo...") pág. 77.

 O celibato é muitas vezes questionado como um ato contra a natureza ("... começava a sentir um certo afastamento pela vida de padre, porque não poderia casar") ("E quem inventou isto? Um concílio de bispos decrépitos... inúteis como eunucos!") – pág. 33. ("Que lhe importava, no seu caso, o direito místico de abrir ou fechar as portas do Céu?") [Amaro]– pág. 104

 Habituada a admirar e valorizar os santos, o ambiente eclesiástico, Amélia apaixona-se por Amaro, aliás, pelo Padre Amaro, título que conferia àquele homem uma distinção tal que em conjunto com a figura física jovem e agradável, torna-o irresistível. Usa também seu poder de sedução ("... tinham ficado sós, e ela, muito corada, pusera-lhe a mão sobre o ombro e os seus olhos reluziam e pediam; outra ocasião ela roçara-lhe o peito pelo braço!") – pág. 80. O pavor de ser maldita por todos, deixa Amélia dividida entre a paixão e o medo ("Onde a levava aquela paixão!... E via-se já apontada a dedo, na rua e na Arcada, mais tarde abandonada por ele, com um filho nas entranhas, sem um pedaço de pão!...") – pág. 107

 Muda a perspectiva do envolvimento afetivo por Amélia, quando descobre que a S. Joaneira mantinha um caso com o Cônego Dias. ("E já não sentia por ela o mesmo amor sentimental... agora a idéia muito magana dos dois padres e as duas concubinas") – pág. 80

 O desejo de Amaro por Amélia era impiedosamente alimentado pela impossibilidade de tê-la, como qualquer outro homem, pelo casamento, livre de pecado e culpa. Sofria de paixão e desejo ("... _ ficava tão carregado de desejos que necessitava conter-se ‘para não fazer disparate ali mesmo na sala, ao pé da mãe’. ... queria-a ali de repente, oferecendo-se ao seu desejo.") – pág. 113

 A perda do sentimento de culpa de Amaro, ele era somente mais um a ceder aos instintos (" Agora tinha aberto os olhos... Abades, cônegos, cardeais e monsenhores não pecavam sobre a palha da estrebaria, não – era em alcovas cômodas, com ceia ao lado.") – pág. 225

 

A idolatria. Eles conferiam às relíquias um poder supersticiosamente grande e da mesma forma aos ídolos. Isso pode ser observado em catedrais e igrejas romanas ainda hoje. Pessoas indo de santo em santo, de ídolo em ídolo para rezar e dando homenagem especial à Maria.

 

Da beatice das senhoras de Leiria, fazia parte a adoração de suas imagens e julgavam-se merecedoras das benesses celestes conforme suas posses, traduzidas em imagens e outros objetos ("Ah, o famoso relicário de sândalo forrado de cetim! Tinha lá uma lascazinha da verdadeira Cruz, um bocado quebrado do espinho da Coroa, um farrapinho do cueiro do Menino Jesus.") ("Que relíquia, que relíquia!") ("Não há melhor. Trinta mil réis me custou... Mas dava sessenta, mas dava cem! Mas dava tudo! _ E babando-se toda, diante do trapinho precioso: _ O cueirinho!... Meu rico Menino, o seu cueirinho...") – pág. 215 ("Havia santos exóticos, que eram o seu orgulho, que lhe fabricavam em Alcobaça. ... Depois eram os bentinhos, os rosáriso de metal e de caroços de azeitonas... ... As paredes desapareciam forradas de estampas de Virgens de todas as devoções, ... corações de onde saía uma fogueira, ... de onde dardejavam raios... de onde gotejavam sangue.

 A casa de D. Maria da Assunção, segundo Libaninho, traduz a opinião de todos, se bem que, por essa mesma razão, muito invejada ("_ Ai, filha, é o reininho dos Céus! ... É como Ter o Céu debaixo da mão.") – ("Aquela riqueza era a inveja das amigas....") pág. 214

 Amélia, vítima da culpa que lhe fora posto pela religião, sofre a paixão por Amaro, que enquanto padre, faz dela uma pecadora. ("Tomava a Sé como sua Ópera: Deus era o seu luxo.") ("A sua devoção subsistia, mas alterada: o que amava agora na religião era aparato, a festa...") – pág. 69 Sofre em sonhos e na realidade. Por obediência, quase casa-se, assim como pela mesma razão abre mão de seu casamento com João Eduardo. Em ambas situações são os valores religiosos que comandam a ação e afetividade.

 

A Inquisição. Thomas Tacomado foi o chefe da Inquisição na Espanha e fez com que 10 mil pessoas fossem queimadas, presas a um poste. Procurava aliciar judeus sem nenhum escrúpulo, para se tornarem cristãos.

 

Neste romance, em que o temor a Deus é explorado, o clero predispõem-se favorável a Inquisição e condenação atroz dos hereges, excomunhão; humilhação; marginalização e toda sorte de infelicidades possíveis de se causar a alguém, além da morte ("_ É para o fogo, é para o fogo! Gritava a Gansoso excitada.") ("A sala vibrava agora com a gralhada das senhoras, arrebatadas num furor santo. D. Josefa Dias, D. Maria da Assunção falavam com gozo do fogo, enchendo a boca com a palavra, numa delícia inquisitorial de exterminação devota") ("... que depois de ter rosnado algumas palavras sobre ‘A Inquisição em casas particulares’, se enterrara comodamente na poltrona.") ("Agarrara já o Panorama com as pontas do xale, para evitar contágio...") ("E as senhoras, com alarido, arremeteram-se para a cozinha.... para fiscalizar a fogueira") ("Os três padres então, sós, olharam-se – e riram.") – pág. 210 ("Eu rio, porque a coisa, assim vista, parece patusca. Mas o sentimento é bom. Para a verdadeira devoção ao sacerdócio, horror à impiedade... enfim o sentimento é excelente") – pág. 211 ("...pela primeira vez, depois de padre, pecado brutalmente sobre a palha da estrebaria ... Considerava-se contaminado, imundo... segundo todos os santos padres e o seráfico concílio de Trento – pág. 225

 

As Indulgências. A salvação comprada por dinheiro leva a Lutero e à Reforma. Ele sentiu-se ofendido com Tetzel e a venda de indulgências. Tetzel era o mais talentoso vendedor de indulgências. O dinheiro arrecadado era dividido com os banqueiros da época e com o papa, mas uma parte fica para o próprio Tetzel.

 

Para dar relevo ao modo como os homens do clero obtinham seus "prazeres da carne", o autor descreve a maioria dos padres como o fez com o Cônego Dias ("... o beiço espesso faziam lembrar velhas anedotas de frades lascivos e glutões".) – pág. 19 - ("O pároco era um homem sangüíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões") A caricatura está presente em praticamente todos os representantes do clero.

 As indulgências daquela atualidade eram o pão quentinho, o melhor caldo, o leitãozinho mais bonito e gordinho, a ceia especial, o bom par de botas, a troca de favores. ("...E que lembrancinhas! Não há dia que me não mande o seu presente! É o covilhete de geléia, é o pratinho de arroz-doce, é a bela morcela de Arouca!") – pág.21 ("...A bela maça assada! Nunca me escapa!...") [Cônego Dias] – pág. 27. ("Ia-lhe deixando esturrar o pato com macarrão!" ... _Oh, minha senhora, estava delicioso! Protestou o pároco.) (Então para desgastar, vá mais esse copito do 47, disse o cônego." ..."Boa gota! Assim pode-se viver!" – pág. 218 ("Repita-me a senhora a aletria, faça favor".) - pág. 219

 Também a questão da propriedade, reclamada pelo clero é trazida a tona: ("A propriedade devia estar na mão da Igreja, interrompeu Natário com autoridade.") – pág. 85 ("O cônego Dias passava por ser rico; trazia ao pé de Leiria propriedades arrendadas, dava jantares com peru, e tinha reputação o seu vinho duque de 1815.") – pág.19

 Utilizando-se de um diálogo entre a nata da burguesia lusitana, Eça retoma uma antiga marca clerical: a interferência no governo, o lado político da Igreja que pelo fato de ser "político" presume-se capaz de conceder e aceitar valores de acordo com as conveniências. Assim a "doutrina" é uma para o público, e outra para a Igreja; adapta-se às necessidades do momento, perde-se sua ideologia e sua teórica "verdade" ("Os homens novos e ativos devem estar nas paróquias difíceis, nas cidades...") ("...devem naturalmente ser recompensados dos bons serviços. É necessário o estímulo...) ("_Perfeitamente, mas serviços religiossos, profissionais, serviços à Igreja, não serviços aos governos.") ("... os párocos na cidade são-os dum grande serviço nas crises eleitorais. Dum grande serviço!") ("_Olhe vossa excelência,... Por que perdemos? Pela atitude dos párocos. Nada mais") ("...não deve ser assim; a religião, o clero não são agentes eleitorais.") – pág. 41 ("- A religião, disse ele, pode, deve mesmo auxiliar os governos no seu estabelecimento, operando, por assim dizer, como freio...") ("Mas descer às intrigas, continuou o conde devagar, aos imbróglios... Perdoe-me meu caro amigo, mas não é dum cristão.") – pág. 42 ("Todos ali, a não ser o Padre Amaro, sabiam, como disse Natário, ‘cozinhar um deputadozinho’ ") – pág. 87

 Neste romance, a referência crítica ao Sylabus com que em 1864 Pio IX enumerava os principais erros da época, do racionalismo agnóstico ao amoralismo liberal, desvirtuando-

se a própria Razão e a própria Liberdade. Foi um clamor imenso que se ergueu contra o Papa, acusado de liberticida, de condenar o progresso, de negar a Ciência, etc.

 Eça de Queirós acrescenta um extremo misticismo às suas personagens beatas, mostrando a irracionalidade causada pela má pregação da fé. As mentes assim torturadas sofriam, como refletem as inquietações de D. Josefa ("Havia outro pecado que a torturava: quando rezava, às vezes, sentia vir expectoração, e tendo ainda o nome de Deus ou da Virgem na boca, tinha de escarrar; ultimamente engolia o escarro, mas tivera pensando que o nome de Deus ou da Virgem lhe descia de embrulhada para o estômago e se ia misturar as fezes!"... "...pôs-se a pensar como seria S. Francisco Xavier nu em pêlo!") Mesmo que tentassem limpar-lhe o espírito, como o faz o Abade Ferrão, ("Disse-lhe que todas as suas inquietações vinham da imaginação torturada pelo terror de ofender a Deus...") nada demovia D. Josefa da sua franca opinião:("É um tapado... Que vergonha num sacerdote do Senhor...") – pág. 294

 Há uma severa crítica ao livro "Cânticos a Jesus" que em vez de consolar e atenuar os temores da alma; vinham sim dar um nó na natureza humana, misturando fé e erotismo ("É beato e excitante; tem as elouqüências do erotismo, todas as pieguices da devoção... é a cantárida canônica.") – pág. 77.

 Ao buscar um destino qualquer para seu filho, Amaro comete seu maior crime. A morte de Amélia causada pela perda do filho é também de sua responsabilidade. Mas tudo isto não passara de um imprevisto. O importante foi ter-se poupado do julgamento público. Valeu para Amaro a experiência pois, ao final, deixa registrado que não correria riscos de engravidar outra donzela e ver-se metido em problemas novamente. ("...já não as confesso senão casadas"), pág. 356.

 

O texto acima é parte integrante de trabalho de Literatura Portuguesa, elaborado e apresentado em outubro de 1998 - Curso de Letras das FMU - Faculdades Metropolitanas Unidas.

Maria de São José Tavares Dias

BIBLIOGRAFIA
¨ Queirós, Eça - O Crime do Padre Amaro, 6a. edição, Ed. Ática, 1993.
¨ Comptons Interactive Encyclopaedia, 1995 (tradução livre)
¨ História em Revista, Abril Livros, 'O século XIX', 1992
¨ Internet - História de Portugal, cronologia: http://ribatejo.com/hp/cronologia/cronologia.html
¨ Internet - O Dever Pico Açores: http://lusoweb.com/082798/2.htm
¨ Internet - Antichrist by Renan: http://preteristarchive.com/Books/ra-ch1.html (tradução livre)

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Updated / Atualizado em: 13-Jan-99

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